De acordo com os documentos a que a Lusa teve hoje acesso, a insolvência foi decretada a 25 de novembro de 2016 e mais recentemente foi agendada, para a próxima quinta-feira, pelas 10:30, a reunião dos credores para apreciação do relatório do administrador de insolvência.

No relatório é descrito que o total de crédito reclamado ultrapassa os 7,86 milhões de euros (ME) e são descritas as diligências realizadas pelo clube que visavam a sua recuperação, nomeadamente o Processo Especial de Revitalização (PER), que deu entrada no Tribunal Judicial de Santo Tirso em 2012, e a criação de uma Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas (SDUQ).

Desses 7,86 ME, 73% são reclamados, em nome individual ou através de empresas relacionadas com a sua família, pelo antigo presidente do clube, Rui Silva, dirigente que liderava o clube na época em que este militou no escalão principal do futebol português.

O mesmo relatório também afirma que foram "insuficientes as medidas realizadas com vista à recuperação da sociedade que continuou a acumular dívidas".

"Revelam-se de difícil execução as medidas preconizadas para o curto prazo, sendo incerto que o clube, na presente época, ascenda à Liga de Honra e não existindo investidores interessados no Clube Desportivo Trofense", lê-se no relatório.

O documento enumera os bens do clube, incluindo o estádio localizado no centro do concelho da Trofa, no distrito do Porto, e do complexo desportivo da Paradela, localizado na União de Freguesias de Bougado, num valor estimado de 1,2 ME.

Soma-se a relação de viaturas do clube e a quota de 50 mil euros referente à SDUQ que foi constituída para administrar a área desportiva profissional, por exemplo a equipa sénior que disputa a Série B do Campeonato de Portugal, sendo 100% detida pelo clube.

Mas, sobre esses 50 mil euros, o relatório refere que se trata de "um valor sem valor contabilístico já que aquela SDUQ se encontra numa situação de falência efetiva, com um capital negativo em cerca de dez vezes o seu capital social".

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