Depois de ter partido para a última etapa atrás de Jóni Brandão, por centésimos de segundo, João Rodrigues foi o mais rápido no 'crono', em 27:31 minutos, menos 15 segundos do que António Carvalho (W52-FC Porto) e 27 do que o ciclista da Efapel.
Na geral, Rodrigues, de 24 anos, terminou com 27 segundos de avanço sobre Brandão e 1.08 minutos do que Veloso.
João Rodrigues sucede no historial da prova ao espanhol e companheiro de equipa Raul Alarcon, que falhou a Volta por lesão, três anos depois do mais recente português a vencer a prova, o também ‘dragão’ Rui Vinhas.
“Ainda não caí em mim. Sei que acabei de fazer algo especial e histórico, mas espero desfrutar com a minha equipa, que me ajudou a conquistar esta corrida, que será algo marcante na minha carreira”, resumiu, em declarações aos jornalistas.
O algarvio de 24 anos destacou os “meses de muito trabalho” para chegar ao triunfo, dedicando a vitória a todos os envolvidos, dos apoios da família a “toda a equipa”, e disse que a vitória “tem mais sabor por ter sido no último momento”.
Chegar ao Porto tornou o final “bastante especial, com todos os adeptos”, e quer guardar “para sempre os momentos únicos” que hoje viveu, ao vencer o ‘crono’ para acabar 27 segundos à frente de Jóni Brandão (Efapel) na geral final.
O vencedor da 81.ª edição lembrou ainda o espanhol Vicente García de Mateos (Aviludo-Louletano), que desistiu na nona etapa, e que “infelizmente teve uma doença que o impossibilitou de acabar, porque estaria na discussão de certeza”.
“Hoje, foi homem a homem, e fui mais forte”, declarou.
O diretor desportivo dos ‘dragões’, Nuno Ribeiro, deu os parabéns ao seu corredor, que junto com o espanhol Gustavo Veloso, terceiro, eram “as apostas” depois da lesão de Raúl Alarcón.
“Disse, no final da Volta ao Alentejo [que João Rodrigues venceu], que seria um favorito a ganhar, se não este ano, nos próximos. Com a infelicidade do Raúl, teve uma oportunidade ainda maior. Aproveitou-a e bem”, afirmou.
O diretor escusou-se a comentar a possibilidade de o corredor de 24 anos sair para uma equipa no estrangeiro, dizendo apenas que deve “escolher o melhor para ele e fazer a melhor gestão de carreira”.
“Se conseguir uma equipa que lhe dê satisfação e para que evolua no futuro, será importante para ele e o ciclismo português”, atirou.
Por seu lado, João Rodrigues não quis comentar uma possível saída, por não estar “a pensar na próxima época”, mesmo assumindo a possibilidade de correr noutro sítio. “Poderei ter, ou não, outras oportunidades, depois deste grande feito”, referiu.
Quer “defender as cores da W52-FC porto até ao fim”, dando “tudo na estrada”, e por agora vai “desfrutar o momento” que faz dele uma ‘estrela’ na aldeia perto de Tavira de onde é natural.
“Não há ninguém famoso lá, mas acho que agora vou ser o mais conhecido de Faz Fato”, brincou.
(Artigo atualizado às 20:26)
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