António Fontes é o primeiro velejador português a subir ao pódio na Volvo Ocean Race. Na edição 2017-2018 da regata à volta do mundo, a bordo do SHK/Scallywag, barco com bandeira de Hong Kong, Fontes, que integrou a tripulação liderada por David Witt, terminou a 6.ª etapa em 2.º lugar, atrás do AkzoNobel, uma etapa que ligou ao longo de quase 6,344 mil milhas náuticas a cidade chinesa de Hong Kong a Auckland, na Nova Zelândia.
O feito histórico alcançado pelo português António Fontes poderia ter sido tanto maior para Portugal quanto as expectativas do único barco com bandeira portuguesa – Turn the Tide on Plastic – onde seguia outro português, Bernardo Freitas, de fazer inédita companhia na celebração à chegada ia crescendo à medida que se aproximavam da linha de chegada.
A embarcação da Fundação Mirpuri (que chegou a liderar a etapa entre os dias 21 e 23 de fevereiro) esteve com o pódio à vista 24 horas antes da chegada ao porto de Waitematā, em Auckland. Um sonho que começou a desabar durante a noite, a 90 minutos e a 20 milhas de terra.
Cinco barcos separados por 30 minutos num match race épico
Seis minutos e 10 segundos separaram a subida ao último lugar do pódio do 5º lugar alcançado, tendo o barco que transporta a mensagem de combate à poluição dos plásticos sido ultrapassado pela equipa espanhola da MAPFRE (3º) e pelos chineses da Dongfeng (4º), num verdadeiro match race entre as três embarcações. E foram somente 2 minutos e 58 segundos que separaram a tripulação chinesa do pódio.
A luta palmo a palmo estendeu-se aos primeiros dois classificados (separados por 2 minutos e 14 segundos) com a tripulação do AkzoNobel a ser a primeira a chegar a Auckland, 20 dias, 9 horas, 17 minutos e 26 segundos depois de terem largado de águas chinesas.
“Pensar que cinco barcos terminaram separados por 30 minutos depois de 6100 milhas náuticas é realmente impressionante”, resumiu Daryl Wislang, da Dongfeng.
A embarcação da Brunel foi 6º classificada sendo que a Vestas 11th Hour Race não participou nesta 6ª etapa por danos sofridos no barco à chegada a Hong Kong, estando a embarcação a ser reparada em Auckland.
Na classificação geral, os barcos vermelhos – MAPFRE e Dongfeng – ocupam a primeira e segunda posição, respetivamente. O SHK/Scallywag de António Fontes é terceira, seguido do AkzoNobel, Vestas 11th Hour Race, Brunel e do Turn the Tide on Plastic, que ocupa a 7ª e última posição.
Até 18 de março as tripulações descansam em Auckland seguindo depois a frota até Itajaí (Brasil), uma etapa de 7.600 mil milhas que terá pontuação a dobrar. Uma viagem pelos mares do sul enfrentando os mesmo idênticos problemas da etapa 2 (Cidade do Cabo-Melbourne), em que se destaca a passagem pelo cabo Horn, o ponto mais meridional da América do Sul.
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