“A Volvo Ocean Race é um enorme desafio. Combina aventura, técnica, experiência, logística e outros atributos que fazem do evento importante. Ter a sorte de estar de volta à linha de partida, com a oportunidade de o vencer, é algo de que estamos muito orgulhosos e agradeço à MAPFRE por acreditar num projeto que começou em 2014”, contou o novo timoneiro do barco Xabi Fernández.

O MAPFRE vai registar uma mudança ao leme, sim. Mas não vai ser uma radical ou uma que não fosse ponderada. Isto porque Xavi dividiu o comando do barco com Iker Martínez na edição de 2014-15, uma vez que o skipper estava a preparar a sua campanha para os Jogos do Rio em 2016. Mais: Xabi já correu pela Movistar em 2005-06, Teléfonica Blue em 2008-09 e pela Teléfonica em 2011-12. Portanto, não se trata de uma decisão totalmente inesperada.

"Temos dois objetivos a curto prazo: primeiro, terminar o trabalho no barco na Boatyard [estaleiro] em Lisboa até ao final do mês; depois, confirmar o resto da tripulação antes dos treinos que estão marcados para meados de março, em Sanxenxo, na Espanha”, disse Xavi.

O barco do espanhol está nos antigos armazéns da Docapesca, na Doca de Pedrouços. É na capital portuguesa que se encontra o Boatyard” (estaleiro) que vai acolher os oito barcos das oito equipas que vão participar na 13ª edição da Volvo Ocean Race 2017-2018. Recorde-se que o SAPO24 passou por lá. Experimentámos na ocasião o Donfeng, barco chinês com timoneiro francês, que foi o primeiro a sair do estaleiro e que até já se treinou no Tejo.

créditos: Ainhoa Sanchez / Volvo Ocean Race

O vencedor olímpico de Atenas já tem o plano traçado. “Temos oito meses de trabalho duro e otimização pela frente - não apenas em termos de barco, mas no desempenho da equipa - para que possamos partir de Alicante com uma real possibilidade de vencer a prova”.

A estreia do barco espanhol na Volvo Ocean Race aconteceu em 2014-15 com o intuito de lutar pelos lugares cimeiros da prova. Antonio Huertas, presidente da MAPFRE, guardou rasgados elogios ao seu novo timoneiro que partilha da sua ambição e objetivos.

“Xavi é um skipper fantástico que está comprometido com o projeto e partilha dos nossos valores. Sabemos que vai levar orgulhosamente o nome MAPFRE a todo o mundo”, disse.

Opinião que é partilhada pelo diretor-geral. “Não há velejador no mundo que não respeite o talento, experiência e a determinação de Xavi. Na última edição demonstrou claramente a sua capacidade de organizar e liderar. Xavi é o melhor skipper possível para o MAPFRE”, explicou Pedro Campos.

A prova de circum-navegação da Volvo Ocean Race arranca de Alicante (Espanha) a 23 de outubro e terminará em Haia, na Holanda, oito meses depois, a 30 de junho de 2018. Pelo meio, a prova vai contar com 11 paragens distribuídas por cinco continentes, percorrendo 45 mil milhas náuticas (83 mil quilómetros), passando pela Cidade do Cabo (África do Sul), Hong-Kong e Guangzhou (China), Auckland (Nova Zelândia), Melbourne (Austrália) Itajaí (Brasil), Newport (EUA), Cardiff (País de Gales) e Gotemburgo (Suécia).