O índice brasileiro do Bovespa arrancou com um ligeiro recuo, mas passou a ganhar quase 2%, antes de cair novamente, para cerca de 0,3% ao início da tarde.
O real brasileiro, entretanto, ganhou 2,2 por cento em face ao dólar.
Bolsonaro, o ex-capitão do exército apelidado de “Trump Tropical", ainda não reconheceu a derrota, e isso deixa os mercados nervosamente à espera do próximo passo. A forma como Lula da Silva irá governar um país dividido também deixa nervosismo perante a maior economia da América Latina.
O ex-presidente, que liderou o Brasil de 2003 a 2010, ainda não anunciou sua equipa para a pasta da Economia.
"As eleições acabaram, mas a incerteza não desapareceu, especialmente sobre como será a política económica a partir de 01 de janeiro", quando Lula tomar posse, disse a economista Thais Zara, da LCA Consultores.
O silêncio de Bolsonaro está a aumentar a "volatilidade" no mercado brasileiro, “não se sabe se ele vai contestar a eleição ou não”, disse a economista.
Lula venceu o penoso segundo turno de domingo pela margem mais estreita da história moderna do Brasil, com 50,9% contra 49,1% dos votos para o seu oponente.
Bolsonaro foi amplamente visto como o favorito dos mercados financeiros por causa da agenda de negócios que prometia privatizações de empresas estatais.
Mas os analistas dizem que os mercados já se tinham preparado para uma vitória de Lula.
O presidente eleito terá que governar com um Congresso dominado por conservadores, que especialistas dizem que provavelmente empurrará o veterano de esquerda para o centro da política económica.
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