“O Santander [o banco que ficou com parte do Banif] ainda não afirmou que quer participar na nossa solução”, afirmou o representante da Alboa, Jacinto Silva, à saída de uma audiência esta manhã no parlamento, no seguimento de auscultações a entidades relacionadas com o setor bancário que contribuam para novas medidas legislativas na área da banca.

Sobre esta reunião, Jacinto Silva disse apenas ter servido para dar a conhecer aos deputados do grupo parlamentar do PS as más experiências de investimento dos lesados do Banif, que dizem ter sido vítimas de “comercialização com erro” de produtos financeiros e que, por isso, fizeram uma avaliação errada dos produtos (misselling').

Sobre a fase em que estão as negociações para encontrar uma solução para estes lesados, o responsável da Alboa respondeu: "Continuamos na nossa luta”, salientando que a associação tem soluções e que “só precisa sentar-se à mesa”.

Já em relação à reunião com o grupo parlamentar, Jacinto Silva congratulou-se com todas as medidas que evitem que erros como os que aconteceram com os lesados do Banif se voltem a repetir.

O Governo e o Banco de Portugal anunciaram em 20 de dezembro de 2015 a resolução do Banif – Banco Internacional do Funchal, com a venda de parte da atividade bancária ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, e a transferência de outros ativos - incluindo 'tóxicos' - para uma nova sociedade veículo.

Em fevereiro, o presidente da Comissão Executiva do Santander Totta disse, nos Açores, após uma audiência com o presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, que estava a ser estudada a situação dos clientes do ex-Banif subscritores de obrigações subordinadas, que totalizam 3.500 em todo o país com valores de 263 milhões de euros.

Carlos Presunça, que indicou que nos Açores há cerca de 1.000 lesados, destacou as diferenças existentes entre BES e Banif, alegando que esta última instituição bancária estava intervencionada pelo Estado, que tinha o capital maioritário, enquanto o BES pertencia a uma família.