Segundo um comunicado do gabinete do ministro da Economia e do Mar, a secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Rita Marques, já homologou a convenção que procede à atualização das tarifas para a prestação do serviço de transporte de passageiros em táxi.
Esta convenção foi celebrada no passado dia 13, entre a Direção-Geral das Atividades Económicas, a ANTRAL — Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros e a Federação Portuguesa do Táxi — F.P.T., “depois de um processo intenso de negociação e de auscultação junto do IMT, I.P. e das associações de consumidores”.
Com esta convenção, que entrará em vigor no dia 01 de junho, “foi acomodado o aumento do Índice de Preços no Consumidor registado entre janeiro de 2012 e janeiro de 2022, traduzido num aumento médio global das tarifas de 8,05%”, explica a nota.
O comunicado sublinha ainda que desde janeiro de 2013 não houve atualização das tarifas do transporte em táxi.
A programação do novo tarifário, a verificação metrológica e a selagem dos taxímetros deverão ser efetuadas até 31 de julho.
Federação do Táxi diz que aumento de tarifas em 8,05% ajuda a mitigar anos de prejuízos
O presidente da Federação Portuguesa do Táxi (FPT) disse hoje que o aumento das tarifas dos táxis em 8,05% a partir de junho é insuficiente, mas ajuda a mitigar os prejuízos registados no setor nos últimos anos.
Carlos Ramos falava à Lusa a propósito da convenção celebrada no passado dia 13, entre a Direção-Geral das Atividades Económicas, a ANTRAL – Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros e a FTP, e já homologada pelo Governo.
“Nós negociámos de facto uma tabela para o ano de 2022 que tem em termos médios para o conjunto no setor uma atualização de 8,05%. Naturalmente não é o que esperávamos porque há mais de 10 anos que a convenção não é atualizada, mas também temos a noção que não podíamos ir mais longe”, disse o presidente da FTP.
Carlos Ramos explicou que a intenção ao negociar com o Governo foi sempre na perspetiva de se fazer uma atualização para mitigar prejuízos acumulados e que garantisse que os passageiros continuam a viajar nos táxis.
“Foi o que nos levou a assinar esta atualização tarifária. Gostávamos de ir mais longe e o Governo não permitiu que o fosse. Queríamos aproveitar para mexer na estrutura tarifária, mas mantêm-se como está. Não há mexidas no valor da bandeirada, apenas na metragem, mas isto é pouco”, sublinhou.
De acordo com Carlos Ramos, se o preço dos combustíveis continuar a subir, este pequeno ajustamento desaparece ao fim de dois meses.
“É preciso introduzir o gasóleo profissional no setor, continua a ser a nossa exigência para o setor. Já pedimos uma reunião com o Ministério do Ambiente para voltar a discutir este tema. Apesar desta atualização para mitigar um pouco os prejuízos acumulados há mais de 10 anos na ordem dos 24%, é necessário ir mais longe, mas não por via do tarifário senão corremos o risco de andarmos com os carros sozinhos na cidade”, disse.
A FTP defende a criação do gasóleo profissional para os táxis a exemplo do que se faz nos transportes pesados de mercadorias, uma redução do ISV na ordem dos 14 a 18%.
“Aguardemos. O Governo não disse que sim nem que não ao gasóleo na última reunião. Achamos que é um fator determinante para conseguir equilibrar as nossas receitas”, disse.
(Artigo atualizado às 11:52)
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