Numa apresentação, hoje em Lisboa, do relatório do segundo inquérito à literacia financeira dos portugueses, cinco anos depois do primeiro estudo, Carlos Costa destacou e congratulou-se com a confiança que os inquiridos mantêm com os seus gestores de conta quando escolhem produtos financeiros para investir as poupanças.
O inquérito – cujos resultados preliminares foram anunciados em abril e os definitivos na semana passada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), – revela que para quase 60% dos inquiridos é o conselho desse funcionário de balcão que é “determinante” da escolha dos produtos financeiros, seguindo-se os da família e amigos.
“Em 2010 foi assim [o nível de confiança] e em 2015 também, e será assim no próximo inquérito porque isto tem a ver com uma história de relacionamento” entre as instituições financeiras e os clientes bancários, explicou o governador.
No entanto, Carlos Costa ressalvou que há ainda muito caminho a fazer para que os portugueses tenham mais conhecimentos financeiros até porque, reconheceu, “o agente [bancário] pode estar sujeito a pressões”, nomeadamente a metas que tem de cumprir como trabalhador da instituição bancária, sendo pressionado a vender produtos.
“O inquérito de 2015 revela uma progressão [face aos resultados de 2010], mas também justifica um plano de formação financeira”, afirmou o governador, referindo-se à formação dos gestores da banca, entre outros profissionais, que defende ser necessária.
O inquérito da OCDE foi feito em três dezenas de países e colocam Portugal na 10.ª posição quanto aos conhecimentos, atitudes e comportamentos face à gestão do dinheiro.
Mas os portugueses já ficam abaixo da média europeia quando se refere ao dinheiro disponível para pagar necessidades, com 35% dos inquiridos a não ter rendimento suficiente para satisfazer as necessidades e 16% a ter de recorrer ao crédito para o fazer.
Neste aspeto, Portugal fica acima da média dos países da OCDE, em que 27% dos inquiridos admitem não ter rendimentos suficientes para satisfazer as necessidades básicas e 14% recorreram ao crédito para as cobrir.
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