"Os lesados têm de mover as ações individualmente e por duas vias: uma judicial e outra por reclamação à comissão liquidatária do Banif", explicou o presidente da associação, Jacinto Silva, no Funchal, realçando que "quem não reclamar agora perde os direitos".
A reunião contou com a presença de cerca de 150 lesados do Banif, instituição bancária que foi adquirida pelo Santander Totta em dezembro de 2015, por 150 milhões de euros, na sequência de uma resolução do Governo da República e do Banco de Portugal, através da qual foi criada a sociedade-veículo Oitante, para onde foi transferida a atividade bancária que o comprador não quis.
A ALBOA representa 1.300 dos 3.500 obrigacionistas subordinados que perderam 263 milhões de euros no processo de venda do banco ao Santander.
Além destes, há ainda a considerar 4.000 obrigacionistas Rentipar ('holding' através da qual as filhas do fundador do Banif, Horácio Roque, detinham a sua participação), que investiram 65 milhões de euros, e ainda 40 mil acionistas, dos quais cerca de 25 mil são oriundos da Madeira, muitos emigrantes e ex-emigrantes, sobretudo na Venezuela e África do Sul.
"Viemos esclarecer os lesados relativamente aos direitos que têm, quando terminar, no dia 19 de dezembro, o prazo para se mover processos judiciais contra as entidades responsáveis pela resolução", disse Jacinto Silva, vincando, por outro lado, que o Banif irá entrar em liquidação e os lesados são credores do banco, pelo que têm de fazer a reclamação de créditos para não perderem os direitos futuros.
"Dois anos após a resolução do Banif, viemos explicar os procedimentos que cada um tem de fazer e também explicar todos os passos que a ALBOA já deu, quer ao nível da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), da Assembleia da República e dos encontros com o primeiro-ministro", esclareceu.
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