De acordo com o Jornal de Notícias, com base nos preços de 20 de dezembro - os últimos para os quais existe um comparativo europeu -, os portugueses gastam 7% do salário médio mensal líquido para atestar um depósito de 50 litros de gasolina.

Já os espanhóis precisam em média de 4% da remuneração líquida, os suecos de 3% e os luxemburgueses apenas de 2%, refere ainda a publicação.

Na última semana de 2021, a gasolina custava 1,665 euros e o gasóleo 1,501 euros por litro e, segundo a publicação que cita fontes do mercado, os combustíveis deverão verificar já hoje um agravamento de três cêntimos por litro.

Sobre a continuidade da tendência de alta dos preços, José Mendes, professor catedrático da Universidade do Minho e ex-secretário de Estado do Ambiente e da Mobilidade, explica que "o aumento registado nos combustíveis fósseis é realizado de forma artificial. Tem a ver com a lei da oferta e da procura".

"Se os países OPEP produzirem menos, o preço sobe. Estas altas de preços a que assistimos em 2021 nada têm a ver com o aumento de custos de extração ou de refinação. Não creio que a tendência se mantenha em 2022", refere ainda, citado pela publicação.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), os dados de novembro da inflação revelaram uma subida nos preços de diversos bens, principalmente alimentares, devido agravamento do custo final dos combustíveis e outros.

De acordo com o JN, o parque automóvel português é composto por 6,5 milhões de veículos, dos quais metade a gasolina, 48% são abastecidos a gasóleo e só 2% são movidos a energias alternativas.