A estimativa ‘flash’ do índice composto PMI (Purchasing Managers Index) da atividade total na zona euro publicada hoje é de 54,8 pontos em julho, mais de seis pontos acima do valor de junho, muito acima do mínimo de 13,6 de abril e finalmente superior aos 50 pontos que separam o crescimento da recessão.
Tanto a produção industrial como a atividade do setor dos serviços recuperaram o crescimento, registando as melhores taxas dos últimos dois anos, embora o setor terciário tenha registado dados ligeiramente melhores que os do setor secundário.
A procura foi reanimada pelos desconfinamentos e as novas encomendas recebidas também aumentaram pela primeira vez desde fevereiro, a um ritmo não visto desde outubro de 2018, embora tenham sofrido a perda das vendas para exportação.
Isto levou a uma queda das encomendas pendentes, que, embora menor do que nos meses anteriores, levou muitas empresas a reduzir ainda mais a sua força de trabalho, provocando a queda do emprego pelo quinto mês consecutivo, embora de forma mais moderada, e concentrando-se particularmente na indústria.
Em relação ao futuro, as expectativas de atividade total durante os próximos 12 meses continuaram a melhorar em relação aos mínimos de março passado tanto na indústria como nos serviços, refletindo as expectativas de maior abertura económica.
Entretanto, os preços médios cobrados pelos produtos e serviços caíram pelo quinto mês consecutivo, o que as empresas atribuem à necessidade de oferecer descontos para incentivar as vendas.
A atenuação da deflação dos preços foi associada ao aumento dos custos, pois embora os custos das matérias-primas tenham continuado a diminuir, os gastos com pessoal e outros custos relacionados com a proteção contra a covid-19 aumentaram.
Em termos da análise por país, as empresas francesas lideraram a recuperação, indicando o segundo mês consecutivo de aumento da atividade total em ambos os setores económicos, enquanto na Alemanha a atividade total aumentou pela primeira vez desde fevereiro passado e, no resto da zona, a atividade regressou, embora mais moderadamente, ao crescimento, impulsionada pela indústria.
Para o economista chefe do IHS Markit Chris Williamson, apesar deste “início encorajador” para o terceiro trimestre, as empresas estão preocupadas com o facto da recuperação poder vacilar após esta retoma inicial.
Williamson observa que muitas empresas continuam a “reduzir a força de trabalho a um ritmo alarmante”, preocupadas com o facto da procura subjacente poder não ser suficiente para sustentar a recente melhoria na atividade.
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