“Em relação a 2020, a projeção para o crescimento do PIB foi revista ligeiramente em alta face ao Boletim de junho, o que decorre de um maior crescimento do consumo privado e público”, indica o Boletim Económico de dezembro.
No anterior Boletim Económico de outubro, com previsões para o ano corrente, o Banco de Portugal já antecipava uma expansão do PIB de 2% este ano e, no Boletim Económico de junho previa um crescimento de 1,6% do PIB em 2020, a sua anterior estimativa para o próximo ano, agora revista em alta, em uma décima, para 1,7%.
Apesar da melhoria, a estimativa do BdP para 2020 está abaixo da do Governo, que antecipa uma expansão do PIB de 1,9%, segundo a proposta de Orçamento do Estado para 2020, entregue na segunda-feira na Assembleia da República, uma décima abaixo do previsto anteriormente pelo executivo.
A previsão do Governo para a evolução da economia no próximo ano é também mais otimista do que a da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (1,8%), Comissão Europeia e Conselho das Finanças Públicas (1,7%) e do Fundo Monetário Internacional (1,6%).
No Boletim Económico hoje divulgado, o BdP manteve a previsão de crescimento do consumo privado este ano em 2,3% e melhorou em uma décima a projeção para o consumo privado no próximo ano, para 2,1%.
Também para o consumo público a instituição liderada por Carlos Costa manteve a previsão para 2019 (0,5%), melhorando em três décimas, para 0,8%, a previsão para 2020.
“A revisão do consumo privado reflete uma evolução mais favorável do rendimento disponível real”, lê-se no documento, que adianta que, “no caso do consumo público, a revisão decorre da hipótese de um maior crescimento da despesa pública ao longo do horizonte, num contexto em que a execução orçamental de 2019 tem sido mais favorável do que o anteriormente esperado e na ausência do Orçamento do Estado para 2020 à data de fecho” do Boletim.
Para as exportações, o BdP melhorou em cinco décimas a previsão de crescimento este ano, para 2,8%, mas baixou também em cinco décimas a previsão para 2020, para uma expansão de 2,6%.
“Em sentido contrário, as projeções incorporam uma revisão em baixa do crescimento das exportações face ao Boletim de junho, associada à atualização das hipóteses para a procura externa dirigida a Portugal”, explica a instituição.
Para as importações, o BdP melhorou a previsão de um crescimento de 4,6% para 5,4% este ano, revendo também em alta de três décimas, para 4,6% a previsão para 2020.
No que respeita ao investimento (formação bruta de capital fixo), o BdP antecipa que cresça 7,3% este ano (mais uma décima que previsto antes) e 5,4% em 2020 (menos quatro décima que o antecipado em junho).
Para a taxa de desemprego, a instituição desceu em uma décima, para 6,3%, a previsão para este ano, e subiu em duas décimas, para 5,9% a previsão para 2020.
“A taxa de desemprego continuará a diminuir, ainda que a um ritmo inferior ao observado nos últimos anos, situando-se em 5,6% no final do período de projeção”, em 2022, indica o Boletim Económico.
As previsões do BdP não têm em consideração as medidas incluídas na proposta de OE2020.
(Artigo atualizado às 14:46)
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