Em declarações à Lusa, o presidente da Alboa, Jacinto Silva, fez um balanço do trabalho da entidade, para tentar garantir indemnizações ao grupo de lesados que representa, reconhecendo que “pouco resultou dessa pressão, no sentido de reaver parte do dinheiro” que, considera a entidade, “foi roubado”.
Jacinto Silva deixou críticas ao Banco de Portugal, com quem “nem sequer um diálogo” diz ter sido possível e recordou as reuniões com o primeiro-ministro, António Costa.
“Conseguimos que ele tivesse uma postura no sentido de arranjar uma solução” que “obrigou a que obtivéssemos determinada documentação”, indicou.
Há um ano “foi tornado público o relatório da comissão dos peritos independentes nomeados pela Ordem dos Advogados”, recordou, sendo que esse documento concluiu que foram encontrados indícios de práticas ilícitas na venda dos produtos financeiros e validaram 2.330 pedidos de lesados do Banif, com um valor dos investimentos em causa de 230 milhões de euros.
Jacinto Silva espera agora que sejam marcadas mais reuniões com o primeiro-ministro para encontrar uma solução, tendo em conta que, com a massificação das vacinas, a questão da pandemia poderá começar a ser resolvida nos próximos meses.
Além disso, “agora que foi aprovado o Orçamento no Estado, esperamos que no próximo semestre consigamos a reunião para delinear os montantes envolvidos e pedir ao Governo que nos emita a garantia bancária para formalizar o fundo de recuperação de créditos e começar a pagar as indemnizações”, referiu.
Em dezembro, faz cinco anos que o Banif foi alvo de uma medida de resolução, por decisão do Governo e do Banco de Portugal.
Parte da atividade bancária do Banif foi então vendida ao Santander Totta por 150 milhões de euros, tendo sido ainda criada a sociedade-veículo Oitante para a qual foram transferidos os ativos que o Totta não comprou.
Continua a existir ainda o Banif S.A., o designado ‘banco mau’, no qual ficaram os acionistas e os obrigacionistas subordinados, que provavelmente nunca receberão o dinheiro investido, e ativos ‘tóxicos’ como o Banif Brasil (há desde janeiro de 2019 um acordo para a sua venda por um real a uma sociedade de advogados brasileira).
Comentários