
“O BPI não tem, e eu não tenho, conhecimento de nenhuma operação que esteja em curso e a estratégia do CaixaBank compete ao acionista, por isso compete a ele próprio defini-la. O BPI não está envolvido em nenhuma operação, nós não temos em curso nenhum estudo sobre a operação do Novo Banco”, disse João Pedro Oliveira e Costa à Lusa, à margem da Money Conference, que decorre em Lisboa.
O gestor afirmou que o acionista não falou com o BPI sobre essa operação, que até agora toda a informação é que o BPI se mantém focado no crescimento orgânico (aumento do negócio sem aquisições) e reforçou que “qualquer decisão estratégica do acionista compete ao acionista”.
“A estratégia que tem sido afirmada pelo CaixaBank tem sido sempre de crescimento orgânico. Claro que se oportunamente houver algo semelhante conto que estejamos envolvidos, mas neste momento aquilo que me é dito pelo meu acionista é crescimento orgânico e é nisso que estou focado”, disse.
Sobre o risco de maior dominância de Espanha na banca portuguesa, considerou que num contexto europeu não interessa a origem do capital e disse ficar incomodado com o tema da ‘espanholização’ da banca portuguesa.
“Num contexto europeu o que nós queremos são instituições fortes, europeias, que suportem as nossas economias e que haja cada vez mais capacidade de nós termos uma voz internacional. Se nós continuarmos, ainda para mais sendo um pequeno país e uma pequena economia, a fecharmo-nos sobre nós próprios vai ser muito complicado”, afirmou.
João Pedro Oliveira e Costa disse que o BPI é detido na totalidade pelo grupo espanhol Caixabank, mas que o centro de decisão é em Portugal e decide em Portugal todas as operações de crédito.
O ministro das Finanças, Miranda Sarmento, disse a semana passada em entrevista à RTP que seria bom "para o mercado bancário português que a presença espanhola não aumentasse".
O Novo Banco foi criado em agosto de 2014 para ficar com parte da atividade bancária do BES, no âmbito da resolução deste.
O principal acionista do Novo Banco, Lone Star (tem 75% do banco), anunciou para este ano a venda de parte do banco. A imprensa tem noticiado o interesse do espanhol CaixaBank, que não comenta oficialmente o tema.
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