"Devido à significativa deterioração da sua liquidez, o banco provavelmente não consegue pagar as suas dívidas ou outras responsabilidades quando chegar o prazo", lê-se num comunicado do BCE.

"O banco não tinha fundos imediatamente disponíveis suficientes para suportar uma 'corrida aos depósitos' antes de entrar em funcionamento o procedimento de pagamento pelo fundo de garantia dos depósitos da Letónia", acrescenta o documento.

A tomada de posição do BCE surge na sequência da decisão das autoridades financeiras norte-americanas de, a 13 de fevereiro, colocar o banco na lista de entidades que praticam lavagem de dinheiro, o que levou a um "abrupta corrida aos levantamentos de depósitos e à falta de acesso a financiamento em dólares", lembra o BCE.

Na sequência desta crise, o BCE deu instruções aos reguladores letões para imporem uma moratória para permitir a estabilização financeira desta entidade, o mesmo acontecendo à sua sucursal no Luxemburgo.

A instituição liderada por Mario Draghi anunciou ainda que não há necessidade de um resgate financeiro ao banco, "uma vez que isto não era do interesse público para estes bancos".

Assim, conclui o comunicado do BCE, "a resolução destes bancos vai ter lugar ao abrigo da lei da Lituânia e do Luxemburgo, respetivamente", sendo que os depósitos até 100 mil euros estão garantidos pelo fundo de garantia que existe a nível europeu.

De acordo com a agência de informação financeira Bloomberg, durante uma reunião na quarta-feira, o presidente do BCE, Mario Draghi, queixou-se aos seus pares de falta de informação por parte das autoridades da Letónia, e mantém o silêncio sobre os vários escândalos que têm afetado o sistema financeiro da Letónia nas últimas semanas.

Na quinta-feira, um porta-voz do BCE respondeu aos jornalistas que o banco central não tinha ainda informação suficiente para avançar com qualquer tipo de medida.

Para além da resolução do banco ABLV, o governador do banco central da Letónia, Ilmars Rimsevics, foi detido no fim de semana passado, depois de ser interrogado durante horas pelo gabinete para a prevenção e luta contra a corrupção, tendo sido acusado pelo presidente do banco Norvik de ter sido subornado com 100 mil euros.

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