“Nos últimos anos, a arquitetura da zona euro mudou substancialmente, mas tal como sabem, há elementos centrais que ainda estão por completar ou incompletos […] e é por isso que o BCE defende e vai continuar a defender a conclusão da União Económica e Monetária”, disse Christine Lagarde, estreando-se na sessão plenária do Parlamento Europeu, na cidade de francesa de Estrasburgo.
Falando num debate sobre a política monetária do BCE, a responsável apontou que falta, na União Europeia (UE), completar a União de Mercado de Capitais e criar um sistema europeu de garantia de depósitos, mecanismos que, a seu ver, poderão ter um “papel fundamental de estabilidade em caso de existirem ou quando existirem choques externos”.
Prevê-se que este sistema europeu sirva de cobertura complementar aos sistemas de garantia constituídos a nível nacional, permitindo, assim, aos governos da zona euro respeitarem a obrigação legal de proteger depósitos até 100 mil euros em caso de falência de um banco.
“Não só iria permitir proteger os nossos padrões desses choques externos, mas também promover a influência do euro no mundo, incluindo torná-lo mais atrativo a nível mundial”, sustentou Christine Lagarde.
Lembrando o falhanço das negociações sobre esta matéria no seio do Eurogrupo, já que os ministros das Finanças da UE ainda não chegaram a acordo sobre estas medidas para reforço da zona euro, a presidente do BCE alertou que “todas as partes devem fazer o que lhes compete”.
“Um importante pilar da UE num mundo cada vez mais globalizado é a União Económica e Monetária, que não deve ser esquecida, e o papel do Parlamento Europeu enquanto colegislador também não pode ser menosprezado”, apontou Christine Lagarde.
Presente na discussão, o vice-presidente da Comissão Europeia com a pasta económica, Valdis Dombrovskis, saudou o apelo feito por Lagarde, referindo ser “relevante para a posição da UE a nível internacional” ter uma moeda única mais resiliente.
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