Em antecipação à agência Lusa, fonte oficial do BE justificou que "à degradação do serviço prestado junta-se agora o anúncio de encerramento de lojas e balcões, venda de património e despedimento de mil trabalhadores até 2020 sem que se conheça o instrumento legal que a empresa pretende utilizar para o efeito".
"Esta é uma situação preocupante e confirma a urgência do resgate dos CTT para a esfera pública", acrescentou a mesma fonte.
No debate quinzenal de hoje - o último deste ano, antes da interrupção para o período de Natal dos trabalhos do parlamento - cabe ao BE fazer a abertura, seguindo-se o PSD, o PS, o CDS-PP, o PCP, o PEV e o PAN e tendo o primeiro-ministro tempo de resposta para cada um dos partidos.
Os CTT preveem reduzir cerca de 800 pessoas nas operações da empresa ao longo de três anos, devido à queda do tráfego do correio, de acordo com o Plano de Transformação Operacional hoje divulgado, que estabelece ainda a redução de 25% da remuneração fixa do presidente do Conselho de Administração, António Gomes Mota, e do presidente executivo, Francisco de Lacerda.
A polémica em torno da Raríssimas deverá ser um dos temas levados ao debate quinzenal pelos partidos da oposição, uma vez que depois da audição parlamentar de segunda-feira do ministro da Segurança Social, Vieira da Silva, o CDS-PP considera que não foram cabalmente esclarecidas algumas questões.
A pedido do PS, o ministro da tutela foi ouvido no parlamento a propósito da polémica em torno da Raríssimas - Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras, que já levou à demissão do então secretário de Estado da Saúde Manuel Delgado e da presidente da instituição Paula Brito e Costa.
Em Bruxelas, a semana passada, António Costa escusou-se a comentar suspeitas sobre um eventual favorecimento político na atribuição de subsídios à Raríssimas, alegando então não ter "nenhum indício" nesse sentido, tendo manifestado "total confiança política" em Vieira da Silva.
Será ainda expectável que a notícia conhecida na sexta-feira de que a agência de notação financeira Fitch retirou Portugal do 'lixo' e melhorou em dois patamares o 'rating' atribuído à dívida pública portuguesa seja levada ao debate pelos socialistas.
BE e PCP, partidos que apoiam parlamentarmente o Governo socialista, já desvalorizam esta decisão, tendo os bloquistas considerado que Portugal "não precisa de pancadinhas nas costas" das instituições europeias e das agências de 'rating' e os comunistas defendido que as agências de notação financeira "não são rigorosas", e, se o país está a crescer, é graças ao povo.
Comentários