
Os dados foram divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), após uma subida de 0,33% no mês de julho.
Segundo dados revelados pelo jornal “O Estado de São Paulo”, os principais setores a sentirem o resultado da inflação do mês passado foram os grupos da alimentação e bebidas, com queda de 0,34%, e os transportes, que recuaram 1,22%.
A deflação foi maior do que as estimativas previstas pelos analistas, que antecipavam um intervalo entre uma queda de 0,06% a alta de 0,10% para o indicador.
A inflação acumulada em 12 meses soma 4,19%, um valor inferior à meta estipulada pelo Governo para 2018, de 4,50%.
A queda no IPCA no mês de agosto não é normal dentro da série histórica do indicador, observou Fernando Gonçalves, gerente na Coordenação de Índices de Preços do IBGE.
“Agosto não é mês de deflação. A deflação parece pontual. Teve a queda em passagens aéreas. Mas pode ser também um realinhamento de preços, por conta da paralisação (dos camionistas)” avaliou Gonçalves, recordando igualmente a queda nos combustíveis.
Segundo o gerente Fernando Gonçalves, o endividamento das famílias ainda é elevado, e o alto nível de desemprego deixa os consumidores receosos para saírem às compras. “Então as famílias têm receio de comprometer a sua renda”, explicou.
O grupo da alimentação e bebidas, que responde a 25% das despesas das famílias, passou de uma contribuição de -0,03 pontos percentuais sobre o IPCA de julho para um impacto de -0,08 pontos percentuais para a inflação de agosto. Os preços dos alimentos para consumo no domicílio caíram 0,72% em agosto, após já terem recuado 0,59% em julho.
Os transportes deram ‘tréguas’ ao orçamento das famílias brasileiras em agosto. Os preços recuaram 1,22%, após o avanço de 0,49% em julho, segundo o IPCA. O grupo deu a maior contribuição negativa para o IPCA do mês, com -0,23 pontos percentuais.
Jás as passagens aéreas saíram de uma alta de 44,51%, em julho, para uma queda de 26,12% em agosto, o item de maior impacto negativo sobre a inflação do último mês, o equivalente a uma contribuição de -0,11 pontos percentuais.
A inflação de bens e serviços controlados pelo Governo subiu 0,12%, a mais baixa desde junho de 2017, quando houve deflação de 0,83%. O movimento deveu-se ao baixo aumento da energia elétrica e à queda nos preços dos combustíveis, de acordo com o jornal “o Estado de São Paulo”.
Comentários