Numa intervenção hoje em Londres, Carney revelou que escreveu a todos os bancos e empresas financeiras que operam entre o país e a UE - incluindo subsidiárias de bancos de investimento norte-americanos com sede na capital britânica - para lhes pedir para se prepararem para todos os cenários possíveis nas negociações do 'Brexit'.

Entre os possíveis cenários, o governador incluiu um no qual ambas as partes não consigam alcançar um acordo e pediu às referidas entidades para terem prontos os planos até 14 de julho.

Segundo o canadiano, o Reino Unido e a UE estão "idealmente posicionados" para poder chegar a um acordo sobre regulação financeira.

"Como concluirão as negociações do 'Brexit' será uma prova para uma globalização financeira responsável", indicou.

Na intervenção, a primeira depois da primeira-ministra britânica, Theresa May, ter ativado em 29 de março último o início formal da rutura entre o país e o bloco comunitário, Carney considerou que Londres é uma "parte vital" do sistema financeiro global e reiterou que a cidade "é o banqueiro de investimento da Europa".

O governador do Banco de Inglaterra também mencionou que existem "riscos verdadeiros" para a estabilidade financeira no período de transição para a nova relação que será estabelecida no futuro entre Londres e Bruxelas.

Nos "riscos verdadeiros", Carney incluiu uma possível alteração dos serviços, debilidade dos benefícios da banca de investimento e uma possível maior complexidade nas estruturas legais das empresas.