"A situação está muito melhor. As pessoas podem ainda não ter essa noção, mas a situação está melhor e vai ficar ainda melhor", sendo que os utentes vão "tomar consciência" dessas mudanças, disse à agência Lusa o coordenador da Comissão de Trabalhadores da Carris, Paulo Gonçalves.
Segundo o mesmo, até ao final de dezembro, haverá 101 novos motoristas na Carris, depois de vários anos de desinvestimento na empresa.
"Saíram muitos quadros técnicos, o saber que havia na empresa foi indo embora, por rescisões ou reformas. Nos últimos anos, saíram 400 trabalhadores, dos quais 300 eram motoristas", vincou, considerando que, com a municipalização da Carris, iniciou-se uma etapa de investimento.
Em 2018, frisou, está prevista a contratação de mais 220 trabalhadores e a aquisição de 120 autocarros 'standard' e 45 articulados a gás e mais "alguns a gasóleo".
No entanto, Paulo Gonçalves pediu alguma calma aos utentes, já que os efeitos do investimento demoram algum tempo.
"As pessoas vão começar a ver alguns resultados", sublinhou Paulo Gonçalves, considerando que há hoje um sentimento de satisfação junto dos trabalhadores com a municipalização da Carris.
De acordo com o coordenador da comissão de trabalhadores, a própria pressão dos motoristas para realizar trabalho suplementar "deixou de existir".
"Falta começarmos de facto a termos aumentos que possam colmatar a inflação que se verificou nos últimos anos", referiu à Lusa Paulo Gonçalves.
Já a Comissão de Utentes de Transportes de Lisboa considerou que não há "mudanças visíveis" na Carris, considerando que foram criadas expectativas, mas que "as coisas continuam iguais".
A 21 de novembro de 2016 foi assinado o memorando de entendimento entre a Câmara Municipal de Lisboa, Estado e Carris que permitiu avançar para a gestão municipal dos autocarros e elétricos da empresa.
A transferência da gestão da Carris para a alçada da Câmara de Lisboa foi concretizada a 01 de fevereiro deste ano.
A gestão da Carris era uma ambição antiga da autarquia e a decisão do Governo surgiu na sequência da suspensão do processo de subconcessão das empresas públicas de transporte de Lisboa e do Porto, lançado em 2011 pelo anterior Governo PSD/CDS-PP.
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