No final da reunião, por videoconferência, com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a propósito do decreto presidencial de renovação do estado de emergência, Catarina Martins adiantou aos jornalistas que levou a este encontro a preocupação com a situação das moratórias, lembrando que parte delas acabam já na próxima quarta-feira, dia 31 de março.
“O Governo tinha-nos dito que seria residual a percentagem de moratórias que acabavam no fim de março, ou seja, moratórias da Associação Portuguesa de Bancos. Na verdade, não são residuais”, afirmou.
Referindo-se aos dados divulgados hoje pelo Banco de Portugal, a líder do BE apontou que “um terço do crédito empresarial está em moratória, grande parte nos setores mais vulneráveis e mais afetados pela pandemia” e que “uma em cada cinco famílias tem uma moratória que acaba no final deste mês”.
“O que significa que nós estamos aqui perante uma autêntica bomba-relógio de crédito malparado”, alertou.
Para o BE, “o tempo urge” e é imprescindível proteger famílias e empresas, defendendo “a passagem destas moratórias da Associação Portuguesa de Bancos para as moratórias públicas para estendê-las pelo menos até setembro”, mês a partir do qual serão precisos planos de reestruturação para o pagamento destas dívidas.
“O apelo é que o Governo atue rapidamente para proteger as famílias, as empresas que não podem ver as suas moratórias acabar já na próxima quarta-feira. é uma situação de uma violência que não podemos permitir”, pediu.
Para a próxima terça-feira está marcada a audição no parlamento, a pedido dos bloquistas, do governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, sobre esta matéria.
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