"O número divulgado pelo INE [Instituto Nacional de Estatística] e que corresponde a um défice de cerca de 2,8% no primeiro semestre significa que o défice está acima da meta com que o Governo se comprometeu, que é de 2,2 para o ano de 2016. No segundo semestre vamos ter que olhar com atenção para a maneira como as contas públicas se vão desenvolver para perceber se a meta vai ser cumprida ou não", afirmou Cecília Meireles, em declarações jornalistas no parlamento, a propósito dos números agora divulgados pelo INE.
Segundo o INE, o défice das administrações públicas foi de 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre deste ano, uma diminuição face aos 4,6% registados no período homólogo.
Apesar da redução homóloga verificada, o valor do défice até junho, de 2,8% do PIB, está acima da meta do Governo para este ano, que é 2,2%, e está também ligeiramente acima da estimativa apresentada pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), cujo valor central era de 2,7% de défice na primeira metade do ano.
Sublinhando as exigências do segundo semestre que trará "muitas pressões à despesa", Cecília Meireles considerou que "por mais que o primeiro-ministro ande a pescar à linha dados cirurgicamente escolhidos para fabricar gráficos, há factos que são inegáveis".
"O Governo inscreveu uma meta de crescimento económico de 1,8% para 2016 e aquilo que temos neste primeiro semestre é 0,9%, metade daquilo com que o Governo se comprometeu", disse, recordando que no primeiro semestre de 2015 a economia cresceu 1,5%.
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