A entrevista, realizada na cidade de Santander, onde Mário Centeno participou numa conferência da Universidade Internacional Menéndez Pelayo, foi divulgada hoje pelo El País, que questionou o governante português sobre se "será candidato" à presidência do Eurogrupo.
A resposta do ministro das Finanças português foi perentória: "Não vou dizer que não se há uma possibilidade", respondeu Mário Centeno voltando a abrir esta questão.
Em abril, o Expresso noticiou que o ministro das Finanças, Mário Centeno, foi um dos sondados para ocupar o lugar de presidente do Eurogrupo quando o atual presidente, Jeroen Dijsselbloem, concluir o seu mandato, uma hipótese que foi bastante comentada tanto em Portugal como em Bruxelas.
Na entrevista ao jornal espanhol, Centeno falou ainda sobre a melhoria da situação económica de Portugal que justificou com três fatores: "sanear o sistema financeiro", "a estabilização da banca" e "a mudança política".
O governante disse que "ao princípio as coisas foram difíceis" com a Comissão Europeia quando o Governo português optou por baixar impostos porque a Europa não via o executivo "como um Governo sem experiência".
"Estavam errados: cumprimos as metas orçamentais e saímos do Procedimento por Défices Excessivos", acrescentou.
Reconhecendo que "o trabalho não está terminado" no que se refere à crise económica de Portugal, o ministro afirmou que "as reformas precisam de tempo, ainda que essa não seja a receita de Bruxelas".
Sobre Espanha, que fez três reformas laborais em cinco anos, Mário Centeno defendeu que o país precisa de uma nova reforma do mercado de trabalho.
"Não creio que a Comissão acerte nessas exigências. É quase o contrário do que Espanha precisa: tem que haver reformas, mas insisto que é preciso dar tempo para que funcionem e têm de ser tomadas políticas do lado da procura para ativar a economia. As reformas devem ser aprovadas para [fazer] crescer - não para diminuir - a porção do bolo a repartir, diga o que disser Bruxelas".
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