Mário Centeno transmitiu este dado económico no final de um encontro entre o primeiro-ministro, António Costa, e a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, no âmbito do Fórum Económico Mundial, que decorre em Davos, na Suíça.
Questionado sobre o cenário de uma mudança a prazo na política monetária na zona euro, o presidente do Eurogrupo e titular da pasta das Finanças do Governo português defendeu que Portugal "está agora muitíssimo melhor preparado para aquilo que é o futuro da política monetária e económica europeia".
"O país mostra muita resiliência em diversos indicadores. Em 2017, Portugal atingirá 42 por cento das exportações no peso do PIB e um crescimento histórico da quota de mercado", disse.
Mário Centeno acentuou que as exportações portuguesas, ao longo do último ano, "cresceram muito mais do que o comércio internacional, o que significa que há uma base de sustentabilidade forte da evolução económico-financeira nacional".
"Isso permitirá enfrentar melhor os desafios futuros, incluindo os da política monetária", sustentou o ministro das Finanças.
Tendo a diretora-geral do FMI ao seu lado, Mário Centeno defendeu que "a boa notícia de hoje é que Portugal paga a última parte do empréstimo que contraiu junto do FMI, o que tem logo um primeiro efeito".
"Um efeito direto com poupança de juros a suportar pela dívida, o que aumenta imediatamente os níveis da sua sustentabilidade. Temos ainda uma dívida elevada, mas já com uma trajetória de redução, que foi muito forte em 2017, e que será igualmente em 2018 e nos anos seguintes", prometeu.
Mário Centeno disse ainda que, neste quadro, as poupanças em juros diretas "são muito significativas".
"Se calcularmos as poupanças desde junho de 2017, estamos perante poupanças diretas - isto, com cálculos bastantes conservadores - na ordem dos 400 milhões de euros para o conjunto dos empréstimos. Temos ainda de juntar a este número o impacto nas taxas de financiamento. A última, em janeiro, é um espelho muito claro disso mesmo, demonstrando que o acesso aos mercados se encontra agora muito mais facilitado", apontou ainda o titular da pasta das Finanças.
Ou seja, de acordo com Mário Centeno, caso se verifique a prazo um aumento generalizado dos juros nos mercados internacionais, o país estará preparado para esse ciclo distinto em termos de política monetária.
"Registamos igualmente uma forte redução do desemprego nos últimos dois anos (quase menos 50 por cento) e estamos a colocar a dívida numa trajetória decrescente", acrescentou.
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