O Ministério deu conta de que, no contexto das negociações com a Comissão Europeia para a atualização do plano estratégico da CGD para 2017-2020, foi “(reconhecida) a sucursal francesa como atividade relevante para a operação do grupo CGD”.

Neste contexto, acrescentou-se no texto, “o banco público continuará a manter a operação de retalho em França”.

A redução da operação da CGD fora de Portugal, que incluía França, a par de Espanha, África do Sul e Brasil) foi acordada em 2017 com a Comissão Europeia como contrapartida da recapitalização do banco público.

A redução da operação da CGD acordada com a Comissão Europeia passa também pelo fecho de 180 balcões em Portugal até 2020, dos quais 70 encerram ainda este ano.

Em 2017, fecharam 67 balcões, e a CGD terá ainda de fechar, além dos 70 deste ano, mais 43 balcões nos próximos dois anos.

No texto do Ministério avançou-se também que “o ajustamento da estratégia internacional da CGD considera uma redução da exposição aos mercados de Cabo Verde e Moçambique até ao final de 2020, a qual não porá em causa a presença da CGD nesses países”.

Hoje mesmo, a CGD informou, através de comunicado, que vai encerrar as sucursais em Nova Iorque e no Luxemburgo, referindo que tinham “menor expressão” e assegurando que “não deixará de cumprir as suas responsabilidades para com os trabalhadores”.

“No âmbito do Plano Estratégico [negociado com a Comissão Europeia], os encerramentos considerados incidiram sobre as sucursais com menor expressão”, segundo a nota enviada pela CGD à agência Lusa, elencando que “não deixará de cumprir as suas responsabilidades para com os trabalhadores, de acordo com o quadro legal e as boas práticas vigentes nos respetivos países”.

Em causa estão os encerramentos da sucursal em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América, e das duas sucursais no Luxemburgo, uma decisão que, no último caso, afeta 23 trabalhadores, segundo informação avançada hoje pelos sindicatos no país.

O Sindicato Bancário do Luxemburgo (Aleba) e as centrais sindicais OGB-L e LCGB criticaram a decisão, salientando, em comunicado conjunto, que “um banco que tem trabalhadores fiéis, leais e que contribuíram para a sua prosperidade decidiu fechar a sua atividade no Luxemburgo, após 21 anos de presença no Grão-Ducado”.

Da mesma forma, a situação em França estava a provocar um conflito com os sindicatos, designadamente com a central FO-CFTC, que chegou a promover uma greve que durou dois meses e meio, de 17 de abril a 30 de junho, e várias ações de protesto nas ruas de Paris.

A sucursal em França da CGD tem 48 agências e mais de 500 trabalhadores.