“Ontem o que ouvimos foi o Governo tentar apresentar novas medidas avulsas, a dizer que afinal vai haver poupanças, mas sem negar o essencial, que os preços vão subir vertiginosamente, na escala de perto de 40%, e que isto vai ter um peso muito grande no bolso dos contribuintes”, considerou o presidente do partido de extrema-direita.

Num vídeo denviado hoje aos jornalistas, André Ventura afirmou que “o Chega desconfia das contas apresentadas pelo secretário de Estado ontem, em entrevista a uma televisão nacional, desconfia do nível de poupança que quer o ministro Duarte Cordeiro, quer o secretário de Estado João Galamba apresentaram”.

“E vai chamar estes dois responsáveis ao parlamento para dar explicações e justificações sobre isto”, adiantou.

Apontando que o seu partido “tinha avisado que os preços iam subir, vários responsáveis nacionais tinham avisado que os preços iam subir, quer do gás, quer da eletricidade”, e o “Governo veio dizer que isso era mentira”, Ventura defendeu que “os portugueses têm de estar preparados para isto”.

O líder do Chega reiterou ainda que o primeiro-ministro deve “interromper as suas férias para explicar qual vai ser o real aumento que o gás e a eletricidade vão ter durante os próximos tempos”.

“Isto é fundamental e é um elemento decisivo na economia familiar e no bolso das famílias portuguesas, e isto merece uma palavra do primeiro-ministro”, considerou André Ventura.

O Governo anunciou na quarta-feira que vai propor o levantamento das restrições legais existentes, para permitir o acesso às famílias e pequenos negócios ao mercado regulado do gás, face aos aumentos anunciados na quarta-feira.

O objetivo é que a medida entre em vigor em 01 de outubro, para vigorar durante 12 meses, sendo que é necessário proceder a uma alteração legislativa.

Segundo o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, a medida abrange 1,5 milhões de clientes.

No caso da eletricidade, desde 2018 que é possível mudar do mercado livre para a tarifa equiparada à regulada, ou seja, permanecendo cliente de uma empresa, o consumidor pode usufruir da tarifa definida pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE).

A Deco lançou, em junho, uma petição para que o mesmo seja permitido no caso do gás natural, uma vez que as tarifas no mercado regulado passaram a ser a opção mais barata para a maioria dos consumidores domésticos, comparativamente ao mercado liberalizado.