No começo da pandemia, em 2020, com a situação agravada pela falta de capacidade da empresa em reembolsar os clientes, a TAP decidiu prolongar a validade dos vouchers de um para dois anos, majorando 20% os montantes em causa, escreve o 'Público' na edição desta terça-feira.

Os passageiros da TAP cujas viagens foram afetadas pela pandemia de covid-19 ainda tinham 203,9 milhões de euros em vouchers por usar no final do ano passado, valores que constam do relatório e contas da TAP de 2021.

“A TAP continua a emitir vouchers como forma de reembolso por escolha do passageiro desde então, até à data de hoje e vai continuar a fazê-lo”, acrescentou a mesma fonte. Sobre as majorações, o acréscimo de 20% surgiu apenas “no início da pandemia” e tem sido “de 10% desde 2021 até à data”, diz fonte oficial da empresa pública, citada pelo jornal.

Quanto à validade dos vouchers emitidos desde o início da pandemia,  as condições foram-se alterando com o tempo. Desta forma, “numa fase da pandemia, tiveram dois anos de validade; mais tarde, de um ano e seis meses e, em 2021, passaram a ser emitidos com um ano de validade”.

Portanto, caso não tivesse havido um prolongamento da validade dos vouchers, por esta altura já estariam caducados alguns vouchers emitidos em Abril de 2020. "De forma a salvaguardar o interesse dos seus clientes que foram afetados pelos cancelamentos de voos devido à covid, a TAP tem vindo a prolongar os prazos dos vouchers quando estes se aproximam do seu termo, dando mais tempo para que possam ser utilizados”, explica fonte oficial.

Segundo o jornal Público, em julho de 2020, a BEUC, associação europeia de consumidores, afirmou que a TAP estava no grupo de companhias aéreas com mais queixas de passageiros sobre dificuldades em receber o reembolso em dinheiro das viagens canceladas devido à covid-19.

No final de setembro do ano passado, a TAP garantiu já ter processado 98% do total dos pedidos de reembolso ligados à pandemia, no valor de 668 milhões de euros.