Numa [tele]conferência de imprensa após mais uma reunião do Eurogrupo por videoconferência, o presidente do Eurogrupo indicou que houve um “amplo apoio” à ideia de o MEE, o fundo de resgate permanente da zona euro, disponibilizar uma linha de crédito específica para todos os Estados-membros, que poderiam receber imediatamente fundos num montante equivalente a 2% do seu Produto Interno Bruto (PIB) para medidas de combate ao novo coronavírus.
Sublinhando por diversas vezes que esta ainda é apenas uma possibilidade que começou a ser discutida e que “é preciso mais trabalho para se chegar à meta”, Centeno, questionado sobre a possibilidade de emissão comum de dívida, ou os chamados ‘coronabonds’, defendida por muitos economistas e líderes políticos, apontou que “nenhuma solução foi hoje afastada” e garantiu que serão “exploradas todas as possibilidades”.
Todavia, quer o presidente do Eurogrupo, quer o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, quer o diretor do MEE, Klaus Regling, centraram-se na possibilidade de recurso a um instrumento de precaução já existente, uma linha de crédito condicional, que, apontaram, teve bom acolhimento entre a generalidade dos ministros das Finanças, um fator que apontaram ser importante, dado esta questão exigir consensos.
Regling sublinhou a “vantagem competitiva” do MEE, apontando a sua “experiência e capacidade para lidar com crises” e a “capacidade de empréstimo de 410 mil milhões de euros, o equivalente a 3,4% PIB da zona euro”, e argumentou que “uma linha de crédito forte serviria para financiar as respostas imediata dos países à crise em áreas como o sistema de saúde e a economia”.
“No último Eurogrupo, foi-nos pedido como poderíamos contribuir para uma resposta coletiva a esta crise e, olhando para os instrumentos existentes, a linha de crédito condicional a título de precaução parece-nos a mais adequada ao desafio criado pelo novo coronavírus, particularmente a linha de crédito para condições aprimoradas”, disse.
Esta linha de crédito condicional a título de precaução estaria disponível para todos os Estados-membros da zona euro, mas caberia a cada Estado-membro decidir se quer ou não utilizá-la.
“Os fundos disponíveis poderiam chegar até a 2% do PIB dos países, [mas] isto pode ser ajustado tendo em conta a possível continuação da propagação do novo coronavírus e o seu impacto económico”, apontou Klaus Regling.
A questão será colocada sobre a mesa dos chefes de Estado e de Governo da União Europeia, que celebrarão na próxima quinta-feira um Conselho Europeu por videoconferência, centrado no reforço da resposta da União Europeia à crise provocada pela pandemia de covid-19.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 400 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 18.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 6.820 mortos em 69.176 casos.
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