Numa nota enviada à comunicação social, Francisco Rodrigues dos Santos afirma que “o primeiro-ministro está a cruzar os braços e a assumir publicamente a incapacidade do seu governo em promover a retoma da atividade turística - cujo contributo para o PIB é superior a 16% -, em proteger as empresas e em salvar centenas de milhares de empregos associados ao setor”.

“No fundo, António Costa está a desistir de ajudar, em vez de adotar a estratégia de patriotismo económico e as medidas de apoio à economia e ao emprego que o CDS tem vindo a propor há bastante tempo: prolongamento do regime de ‘lay-off’ simplificado até ao final do ano, assim como a eliminação dos pagamentos por conta, linhas de crédito a fundo perdido de apoio às empresas com maiores dificuldades e ainda a criação de um mecanismo de acerto de contas”.

Na ótica do líder do CDS, “em vez de garantir que as empresas não encerram e ajudar a manter empregos”, o executivo preferiu “complicar e votar ao abandono os profissionais do setor e suas famílias” e “somou burocracia e complexidade, ao mesmo tempo que dificultou o acesso aos apoios e reduziu o número de beneficiários”.

Apontando que “o resultado” foi o aumento do número de desempregados “para os 407 mil”, Rodrigues dos Santos advogou que “de pouco” irá servir qualquer fundo europeu” sem “setores vivos, sobretudo o do turismo, que é vital para a economia” portuguesa.

Segundo dados divulgados hoje pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), o número de desempregados inscritos nos centros de emprego aumentou 37% em julho em termos homólogos, e 0,2% face a junho.

De acordo com o IEFP, no final de julho estavam registados nos serviços de emprego do continente e regiões autónomas 407.302 desempregados.

Comentando a proposta do primeiro-ministro de que os desempregados do turismo, uma das áreas mais atingidas pela crise gerada pela pandemia de covid-19, podem ser reconvertidos, com a formação necessária, como trabalhadores do setor social, o centrista voltou a criticar a atuação do Governo.

“Se assim fosse, a primeira pessoa que devia procurar uma oportunidade no setor do turismo seria a ministra da Segurança Social, depois de se mostrar totalmente insensível para o exercício das atuais funções”, salientou o presidente do CDS.

No sábado, o líder democrata-cristão pediu a demissão da ministra Ana Mendes Godinho, na sequência de a governante ter admitido, em entrevista ao semanário Expresso, que faltam funcionários nos lares e ter considerado que a dimensão dos surtos de covid-19 “não é demasiado grande em termos de proporção”.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 787.918 mortos e infetou mais de 22,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.788 pessoas das 54.992 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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