“O crescimento do emprego registado neste trimestre foi conseguido à custa de um forte aumento da precariedade, que representa 80% desse aumento”, apontou, em comunicado, a CGTP.

A central sindical destacou que, no espaço de um ano, o número de trabalhadores com vínculos precários aumentou 13% e que 17,8% do total de trabalhadores (756.000) têm vínculos precários.

A “destruição do emprego” entre os licenciados, que verificaram uma redução de 128 milhares em comparação com o ano anterior, é outro dos aspetos apontado como preocupante pela CGTP.

“Os salários continuam a perder poder de compra. O rendimento salarial médio mensal líquido dos trabalhadores por contra de outrem foi de 1.044 euros no segundo trimestre, tendo crescido 0,5% em termos nominais, mas descido 3,7% em termos reais”, acrescentou.

A taxa de desemprego fixou-se em 6,1% no segundo trimestre, o que representa uma subida homóloga de 0,4 pontos percentuais e uma descida de 1,1 pontos face ao trimestre anterior, segundo dados do INE hoje divulgados.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), entre abril e junho, a população desempregada, estimada em 324.500 pessoas, diminuiu 14,7% (55.800) em relação ao trimestre anterior e aumentou 8,6% (25.700) relativamente ao homólogo.

Já a taxa de subutilização do trabalho foi estimada em 11,5%, o que representa uma diminuição de um ponto percentual do primeiro para o segundo trimestre e uma subida de 0,3 pontos face ao mesmo trimestre do ano passado.

Entre abril e junho, 42% da população desempregada encontrava-se nesta condição há 12 ou mais meses (desemprego de longa duração), um valor superior em 5,5 pontos percentuais ao do trimestre anterior e inferior em 8,9 pontos ao do trimestre homólogo.

A CGTP pediu assim uma resposta aos problemas que degradam as condições de vida, através da rotura com o “modelo de precariedade e baixos salários vigente” no país.

Neste sentido, a intersindical reivindica o aumento geral dos salários, bem como estabilidade e segurança no emprego.