O CDS-PP “certamente que votará contra [o projeto de resolução do BE] porque tem um projeto de resolução alternativo”, afirmou a presidente dos centristas, Assunção Cristas, desafiando o BE a “votar a resolução do CDS”.
O BE anunciou na sexta-feira a apresentação de um projeto de resolução no parlamento para que o Programa de Estabilidade mantenha o compromisso do défice de 1,1% e a folga orçamental seja devolvida à sociedade.
Uma proposta que, para a líder do CDS, não evidencia “uma crise política”, mas “apenas uma ilusão de crise política” já que os partidos que suportam o Governo, já, em anos anteriores, adotaram “posições semelhantes”, aquando da discussão do Orçamento do Estado ou do Programa de Estabilidade.
O importante, para Assunção Cristas, “é que todas as forças políticas se posicionem, todos os partidos digam das suas prioridades e no caso destes partidos que apoiam os Governo, as esquerdas unidas ou esquerdas encostadas, que sejam consequentes com aquilo que é a sua posição”.
“Não podem à segunda, quarta e sexta serem apoiantes do Governo, e à terça, quinta e sábado serem críticos do mesmo Governo”, disse Cristas aos jornalistas, desafiando o PCP e o BE a “rejeitarem” o Programa de Estabilidade, em relação ao qual, acrescentou, o CDS “tem uma posição muito clara”.
O partido vai apresentar no parlamento dois documentos: “um de rejeição pura e simples do Programa de Estabilidade” e outro com “a visão alternativa” do partido para o país.
O primeiro, afirmou Assunção Cristas, “o BE, se é contra este programa, pode votar”.
Já em relação ao segundo, admitiu que o BE não possa acompanhar as propostas que passam pelo “objetivo de a dez anos, de forma sustentável ir reduzindo a carga fiscal, para todos os portugueses” e a “criação de um estatuto de beneficio fiscal para o interior”, bem como regras para “trazer maior competitividade” a essas zonas.
As propostas do CDS apontarão ainda para “a necessidade de aumentar e promover o investimento e a competitividade da economia portuguesa”, incidindo em medidas como os impostos sobre o gasóleo e gasolina “que, para além das empresas, penalizam também, “as famílias”.
Assunção Cristas falava os jornalistas em Rio Maior, à margem de uma visita à escola secundária Dr. Augusto César da Silva Ferreira, onde hoje participa numa conversa com os alunos.
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