Numa nota de análise divulgada hoje, a DBRS antecipa que “todos os bancos portugueses, com exceção do Novo Banco, venham a apresentar lucro no final de 2018″.
Segundo a empresa canadiana, os resultados da banca nacional nos primeiros seis meses de 2018 “refletem progressos na qualidade dos ativos e na rentabilidade, na sequência das significativas medidas tomadas nos últimos dois anos”, pelo que “os desafios enfrentados pela maioria dos bancos portugueses estão a diminuir”.
“No segundo trimestre de 2018 os bancos portugueses continuaram a demonstrar as mesmas tendências positivas dos trimestres anteriores. A rentabilidade, apesar de fraca, está a melhorar lentamente em todos os bancos, em resultado das significativamente mais baixas provisões e de algum crescimento das receitas ‘core’ [do negócio principal]”, lê-se na nota de análise.
Apesar da melhoria registada na qualidade dos ativos detidos e na redução do crédito malparado, a DBRS diz serem necessários mais progressos a este nível.
Conforme recorda a agência, no primeiro semestre, os bancos portugueses apresentaram um lucro agregado “pela primeira vez desde 2011″, com um lucro líquido atribuível na ordem dos 759 milhões de euros, que compara com um prejuízo líquido de 110 milhões de euros no período homólogo.
Estes resultados foram impulsionados por receitas ‘core’ mais elevadas (o crescimento homólogo deste indicador foi de 5,1% até junho) e por provisões para perdas com empréstimos mais baixas (descida homóloga de 16,8%), tendo os custos operacionais agregados recuado 5,9%, em resultado dos planos de reestruturação implementados.
A DBRS destaca ainda o “bom desempenho” dos bancos portugueses na redução dos níveis de crédito malparado, cujo rácio recuou até junho para os 12,9% face aos 14,5% do final de 2017, com todos os bancos a apresentarem melhorias neste indicador.
Em volume, o total agregado de crédito malparado ascendeu a 28,1 mil milhões de euros no final do primeiro semestre, uma descida de 11,7% face aos 31,9 mil milhões de euros do final do ano passado, mas “um rácio ainda alto quando comparado com outros países europeus”.
“O custo do risco revelou também uma dinâmica positiva, reduzindo-se em todos os bancos, exceto na CGD [Caixa Geral de Depósitos]”, refere.
Ainda apontado pela agência de notação é o desempenho positivo dos rácios de capital da banca nacional, que “na maioria dos casos foram reforçados no primeiro semestre de 2018 face ao final de 2017″.
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