“Qualquer diálogo que tenha com agentes de viagens e hoteleiros no Algarve, se pensarmos em junho, julho, agosto e setembro, estaremos a falar, na melhor das hipóteses, em ocupação ou nível de negócio de 30%” estimou hoje , Pedro Costa Ferreira durante uma conferência digital.
Pedro Costa Ferreira destacou que o número revela “uma quebra de 70%” no volume de negócios no Algarve, como consequência da pandemia de covid-29, “algo que nunca se tinha vivido enquanto empresa ou região”, mas, ainda assim, “bem melhor que as perspetivas de abril”.
O presidente da APAVT falava durante a conferência digital “Algarve no Horizonte – Como vai ser a próxima época balnear”, organizada pela revista Ambitur e que juntou diversas entidades públicas e privadas com o objetivo de debater como o destino se está a preparar para a época balnear no contexto da pandemia.
Aquele responsável defendeu que esta é uma crise diferente das outras, já que “é uma disruptura da oferta e procura” e que “afetará muito mais a região de Lisboa, Porto e o Algarve”, comparativamente com outras zonas do país.
No caso específico do Algarve, por ser “a região que mais depende do turismo e das pontes aéreas internacionais”, sublinhou.
“O grande desafio será manter uma estrutura de referência da oferta da hotelaria e animação do Algarve”, sugeriu, enfatizando que o Algarve “tem que sobreviver à crise”.
Para isso será necessário um envolvimento de todas as partes interessadas - empresários, autarquias e Governo, num processo que, defende, “deve ser liderado pela RTA [Região de Turismo do Algarve” e no qual “os apoios do Estado são essenciais”.
Com o início do desconfinamento e a chegada dos primeiros voos internacionais à região algarvia, o presidente da APAVT sublinhou que os primeiros passos “são essenciais para incrementar a confiança e gerar um aumento da procura”.
Praticamente consensual entre os intervenientes da conferência é a dependência do Algarve “dos turistas nacionais” para o verão que se avizinha, mas, para Pedro Costa Ferreira, “as agências de viagens também estão dependentes de Portugal”.
A “falta de mobilidade internacional” e alguma “insegurança dos turistas nacionais” tornará mais difícil aquilo que, para alguns, são as habituais férias fora do país e “essa mais-valia tem de ser aproveitada pelo Algarve”, frisou.
Defendendo a necessidade de garantir o cumprimento das indicações dadas pelas entidades de saúde, o presidente da APAVT alertou que “as regras têm de ser cumpridas, mas têm de permitir o gozo do espaço”.
Pedro Costa Ferreira ressalvou ainda a “grande dependência do aeroporto de Faro das viagens no verão” e que o enfraquecimento de algumas companhias aéreas pós-crise “pode vir a revelar-se um problema”.
Na conferência digital participaram, ainda, João Fernandes, presidente da RTA, Isilda Gomes, presidente da Câmara de Portimão, Daniel do Adro, diretor-geral do Hotel Quinta do Lago e Isolete Correia, diretora da Marina de Vilamoura.
Até 14 de junho Portugal encontra-se em situação de calamidade devido à pandemia.
Desde 18 de maio já houve a reabertura de alguns negócios estando a abertura da época balnear apontada para 06 de junho.
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