“A EDP confirma que recebeu as autorizações necessárias para encerrar a atividade da Central de Sines a partir de 15 de janeiro e mantém os planos para encerrar nessa data”, informou a empresa do setor energético.
A notícia foi avançada pelo Jornal de Negócios na noite de terça-feira, referindo que a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) tinha dado autorização à EDP para encerrar a atividade de produção de energia poluente sem pôr em risco a segurança energética do país.
Assim, segundo a EDP, “após o fim de atividade, a central irá entrar em fase de descomissionamento e desmantelamento, estando em avaliação a possibilidade de projetos que possam aproveitar parte das infraestruturas existentes naquela localização”.
O projeto para produção de hidrogénio verde é uma possibilidade, prosseguiu, “mas está ainda numa fase de avaliação com vários parceiros”.
Questionada sobre o futuro dos trabalhadores da central termoelétrica, a EDP esclareceu que se iniciaram “contactos” no final de setembro.
“Esse processo está a decorrer dentro do previsto e com total colaboração entre as partes, tendo como prioridade cumprir os compromissos com todos os seus trabalhadores, tal como foi anunciado na altura”, apontou a empresa.
A EDP, Galp, Martifer, Vestas e REN anunciaram, em 27 de julho, que tinham assinado um memorando de entendimento para avaliar a viabilidade do projeto H2Sines, que visa implementar um ‘cluster’ industrial de produção de hidrogénio verde com base em Sines.
O presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, apelou, também em julho, para um “compromisso firme” do Governo no sentido de encontrar uma solução para os trabalhadores afetados pelo encerramento antecipado da central termoelétrica da EDP, previsto para janeiro, na sequência da antecipação em dois anos daquela central.
“A questão dos postos de trabalho é o ponto fulcral, mas há toda uma questão económica local, uma vez que a central era uma das unidades que mais contribuía para o desenvolvimento da economia da região, porque a maioria dos trabalhadores são de Sines e de Santiago do Cacém”, explicou, na ocasião, Nuno Mascarenhas, acrescentando que podem estar em causa os postos de trabalho de “algumas centenas” de trabalhadores.
O ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, em declarações sobre a descontinuação da refinação da Galp em Matosinhos a partir do próximo ano, colocando em causa 500 postos de trabalho diretos e 1.000 indiretos, disse que verbas do Fundo para a Transição Justa serão direcionadas para a criação e reconversão profissional.
No caso da central de Sines (1.180 MW), que não produz energia desde janeiro 2020, foi entregue em julho uma “declaração de renúncia” à licença de produção, para encerramento em janeiro de 2021.
Nesta unidade, a empresa está a avaliar o desenvolvimento, em consórcio, de um projeto de produção de hidrogénio verde com possibilidade de exportação por via marítima.
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