"O Conselho de Administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) deliberou o levantamento da suspensão da negociação das ações da EDP e da EDP Renováveis, na sequência da divulgação do anúncio preliminar de lançamento de Oferta Pública de Aquisição de ações da EDP e da EDP Renováveis", lê-se num comunicado emitido pelo regulador.
A CMVM tinha suspendido hoje a negociação das ações da EDP e da EDP Renováveis após o fecho de mercado, até obter mais informação das empresas, depois de ter sido noticiado que empresas chinesas estariam a preparar uma OPA sobre a EDP.
Ao início da noite, a China Three Gorges anunciou a sua intenção de lançar uma OPA voluntária sobre o capital da EDP, oferecendo uma contrapartida de 3,26 euros por cada ação, o que representa um prémio de 4,82% face ao valor de mercado e avalia a empresa em cerca de 11,9 mil milhões de euros.
Os títulos da EDP encerraram o dia de negociações de hoje a ganhar 0,75%, nos 3,11 euros, antes de a negociação ser suspensa pela CMVM.
Consequentemente, a China Three Gorges pretende também avançar com uma OPA obrigatória sobre o capital da EDP Renováveis, oferecendo uma contrapartida de 7,33 euros por cada ação, um preço abaixo do valor da última cotação (7,84 euros).
O grupo chinês explicou que a OPA sobre a EDP Renováveis se encontra sujeita ao sucesso da oferta sobre a EDP. Considera mesmo que, caso a OPA sobre a EDP tenha sucesso, é sua obrigação legal lançar uma oferta pública obrigatória sobre 100% do capital social da EDP Renováveis.
Atualmente, a EDP detém cerca de 83% do capital da EDP Renováveis.
O grupo chinês afirma, no anúncio preliminar da operação, que só lançará a OPA sobre a EDP se o Governo português não se opuser à operação.
O primeiro-ministro, António Costa, já disse que não tem “nenhuma reserva a opor” a que o grupo chinês realize a OPA sobre a EDP.
“O mercado decidirá. A China Three Gorges é há muitos anos acionista de referência da EDP e não temos nenhuma reserva a opor. As coisas têm corrido bem”, disse António Costa, que falava aos jornalistas aquando da votação nas eleições diretas para o cargo de secretário-geral do PS, na Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL).
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