A reivindicação de aumentos salariais e melhores condições de trabalho, a par da salvaguarda de direitos adquiridos ou do pagamento de salários em atraso, estão na origem de muitos dos protestos que levaram à paralisação de trabalhadores um pouco por todo o país, durante um dia ou mais, ou durante algumas horas dos respetivos turnos.

De acordo com dados facultados pela CGTP, contabilizados pela agência Lusa, que os cruzou com as suas notícias sobre greves desde o início do ano, o mês de agosto foi aquele em que se realizaram mais greves, num total de 13.

Seis destas greves foram feitas alternadamente por enfermeiros das zonas norte, centro e sul do país.

Sem contar com o mês de outubro, que ainda não chegou a meio, janeiro foi o mês com menor número de paralisações, um total de 5, entre as quais a única greve nacional da função pública deste ano, realizada a 29 de janeiro.

Em fevereiro realizaram-se 6 greves e em março o número de paralisações aumentou para 14, entre totais e parciais.

Em abril registaram-se 12 greves e em maio 13, entre as quais a primeira dos enfermeiros, da região norte, e uma dos carteiros de Famalicão.

Foram feitas 10 greves em junho e 12 em julho, entre as quais as greves nacionais dos enfermeiros de 14 de junho e de 28 e 29 de julho.

Em setembro o número de greves baixou para 6 e, destas, 5 foram feitas pelos enfermeiros de Barcelos, Braga e do Baixo Alentejo, Hospital de Almada e Hospital de S. João, no Porto.

Nos primeiros dias de outubro realizaram-se duas greves, dos enfermeiros de braga e dos Açores.

A greve de hoje não foi contabilizada.

A reposição das 35 horas de trabalho a todos os enfermeiros, assim como do valor do trabalho extraordinário e a necessidade de contratação de mais profissionais são os principais motivos na origem dos protestos dos enfermeiros.

A generalidade dos funcionários públicos recuperou o horário de trabalho de 35 horas semanais no dia 1 de julho, mas os enfermeiros com contrato individual de trabalho continuam a trabalhar 40 horas por semana.

Segundo informação do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEF), que tem convocado as greves do setor, os 3.500 enfermeiros com vínculo de funcionário público voltaram às 35 horas em julho, enquanto os 9.000 que têm contrato individual de trabalho continuam obrigados a cumprir 40 horas.