“A Moody’s não cumpriu com os seus próprios critérios de avaliação de crédito e falhou no seu compromisso com a transparência no período prévio à grande recessão”, afirmou em comunicado o procurador-geral adjunto dos Estados Unidos, Bill Baer.
A investigação do Departamento de Justiça, que gerou a multa anunciada na sexta-feira, tinha demonstrado que a Moody’s enganou os investidores ao inflacionar a qualidade de créditos hipotecários durante os anos prévios ao colapso financeiro de 2008.
A agência utilizou um método diferente e mais brando para efetuar estas avaliações, em relação ao que disse ter usado.
“Os investidores confiaram que as avaliações de crédito da Moody’s fossem objetivas e independentes, e naturalmente esperavam que a Moody’s seguisse os seus próprios métodos publicados”, disse o procurador Benjamin C. Mizer, chefe da divisão civil do Departamento de Justiça.
Com o acordo alcançado, a Moody’s reconhece estas práticas irregulares.
Dos 864 milhões de dólares de multa, 437,5 vão para o Departamento de Justiça e os restantes 426,5 para os 18 estados e distrito de Colúmbia que tinham aberto processos contra a Moody’s ou tinham a intenção de processar a agência de notação financeira.
Em 2015, os Estados Unidos multaram a agência de ‘rating’ Standard & Poor’s (S&P) em 1.325 milhões de dólares por inflacionar obrigações hipotecárias de alto risco, e no ano passado multaram a Godman Sachs, com quem alcançaram um acordo por 5.100 milhões de dólares.
A multa mais alta imposta pelo Governo dos Estados Unidos pela crise do ‘subprime’ foi aplicada em 2014 ao Bank of America, cerca de 16.500 milhões de dólares, enquanto recentemente o Deutsche Bank acordou pagar 3.100 milhões de dólares.
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