“Apesar do nível de imprevisibilidade do atual contexto macroeconómico, a nível nacional e internacional, os preços de venda de habitações mantiveram uma trajetória ascendente no mercado português”, nota o CEO da Century 21 Portugal em comunicado.

Olhando para os seus resultados, "nos primeiros seis meses de 2022, a Century 21 Portugal registou uma faturação superior a 45,7 milhões de euros, o que revela um aumento de 47% face aos cerca de 31 milhões de euros reportados no período homólogo de 2021. Já o volume de negócios em que a rede esteve envolvida – que integra também a partilha de transações com outros operadores – superou os 1.807 milhões de euros, num aumento de 59% em comparação com os quase 1.135 milhões de euros registados no primeiro semestre de 2021”.

Entre janeiro e junho, a Century 21 Portugal realizou 9.804 transações de venda, mais 40% face às 7.008 do período homólogo, destacando-se os T2 e T3 como “as tipologias de imóveis mais procuradas pelas famílias portuguesas”, refere em comunicado. O valor médio dos imóveis transacionados na rede imobiliária aumentou 14%, para os 184.192 euros, contra a média homóloga de 161.371 euros.

Quanto ao mercado de arrendamento, no primeiro semestre deste ano foram realizadas 2.360 transações, mais 38% que as 1.708 transações de igual período do ano passado. A nível nacional, o valor médio de renda atingiu os 1.038 euros, mais 27% face à média de 817 euros no valor médio de arrendamento verificado nos primeiros seis meses de 2021.

Citado no comunicado, o presidente executivo (CEO) da Century 21 Portugal salienta que "os elevados níveis de procura de casa, tanto para comprar, como para arrendar, conjugados com as limitações na oferta de soluções de habitação, em linha com o poder de compra dos portugueses, continua a sustentar uma subida de preços persistente”.

Há, todavia, uma "excepção", que é “a cidade de Lisboa, onde o valor médio dos imóveis transacionados no primeiro semestre deste ano apresentou uma evolução negativa, com muitas famílias a deslocarem-se para a periferia da capital em busca de casas ajustadas aos seus rendimentos”, nota Ricardo Sousa.

“Já o arrendamento começa a recuperar para valores pré-pandemia, impulsionado pelo regresso do turismo e pelos muitos jovens que estão a optar por arrendar casa, tendo em conta a dificuldade de cumprir com todos os critérios e requisitos para acesso ao crédito à habitação".

Analisando em detalhe as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto e o Algarve, onde a Century 21 Portugal regista “a esmagadora maioria das transações imobiliárias”, verifica-se que, até junho, o valor médio de uma habitação transacionada na rede se fixou nos 293.037 euros em Lisboa (-3% em termos homólogos), nos 203.496 euros no Porto (+15%) e nos 178.565 euros no Algarve (+17%).

No segmento de arrendamento, o concelho de Lisboa apresentou um valor médio de renda de 1.170 euros (+15%), o Porto atingiu rendas médias de 1.022 euros (+23%) e no Algarve este valor foi de 735 euros (+9%).

Segundo Ricardo Sousa, estas dinâmicas evidenciam que “são os mercados periféricos de Lisboa e do Porto, bem como outras cidades secundárias, que estão a influenciar a atual subida de preços, um efeito que se regista também noutros mercados mais turísticos e de segunda residência, como o Algarve e a Madeira”.

Para o CEO, “esta é uma consequência da elevada taxa de esforço para comprar casa em Lisboa, Oeiras, Cascais e Porto, tendo em consideração a oferta de imóveis residenciais atualmente disponíveis para venda nestas zonas”, sendo de ressalvar que a comparação homóloga está ainda condicionada pela pandemia e pelos confinamentos, “o que limitou bastante os preços de arrendamento”.

No primeiro semestre, a rede Century 21 Portugal efetuou ainda 1.863 transações de clientes internacionais, um “aumento exponencial” de 69% relativamente às 1.102 efetuadas no período homólogo de 2021.

“O peso das transações do segmento internacional representou já 19% do volume de transações efetuadas nesta rede imobiliária, o que demonstra a retoma dos negócios com clientes de outras geografias e confirma que o mercado imobiliário português se mantém muito atrativo, quer para investidores estrangeiros, quer para clientes de diversas nacionalidades que escolhem Portugal para viver e trabalhar”, destaca.

Naquele período, a Century 21 salienta ainda a “confirmação das alterações do perfil dos clientes internacionais, com os EUA a manterem-se como nacionalidade dominante, seguidos pela França, Reino Unido e Brasil”.

Para Ricardo Sousa, “o reduzido nível de desemprego, a poupança acumulada de muitas famílias durante a pandemia, as baixas taxas de juro - mesmo considerando as subidas previstas - o financiamento disponível e o baixo peso do financiamento no volume total de transações - que atualmente ronda os 50% - são alguns dos fatores que continuam a impulsionar e sustentar a procura, aliados ao reduzido ‘stock’ de imóveis disponíveis para venda neste momento”.

“Este contexto minimiza o efeito dos níveis de incerteza económica que se vivem atualmente e dão-nos alguma segurança relativamente ao comportamento do mercado imobiliário e à evolução dos preços, em 2022”, sustenta o presidente da Century 21 Portugal.

Ainda assim, salienta, é “importante monitorizar bem o impacto da evolução geopolítica da guerra na Europa e dos fatores macroeconómicos internacionais na economia nacional".

De janeiro a junho, a rede da Century 21 Portugal passou a contar com mais 13 agências, dispondo atualmente de 201 unidades em operação e de uma equipa de mais de 3.700 consultores imobiliários e 250 intermediários de crédito.