De acordo com a base de dados do 'World Economic Outlook' disponível no portal do FMI e que foi atualizada hoje, a instituição liderada por Christine Lagarde manteve a projeção do défice para este ano, nos 1,5%, tendo também reiterado a previsão para 2018, nos 1,4%.

No entanto, para os quatros anos seguintes, o Fundo está agora mais otimista do que há seis meses, a última vez que atualizou as projeções a médio prazo: o FMI espera que o défice de Portugal oscile entre os 1,4% e os 1,5% entre 2019 e 2022 ao passo que em abril variava entre os 2,2% e os 2,6% para o mesmo período.

Comparando com os restantes 18 países da zona euro, Portugal está na metade com pior desempenho orçamental projetado para este ano, segundo os cálculos do FMI, que espera défices mais elevados apenas para Espanha (3,2%), França (3%), Itália (2,2%), Bélgica (1,8%), Grécia (1,7%) e Finlândia (1,5%).

Por oposição, os países com melhores desempenhos orçamentais esperados são Chipre (excedente de 0,9%), Alemanha (0,7%), Holanda (0,6%), Malta (0,5%) e Luxemburgo (0,3%).

Para o conjunto das economias da moeda única europeia, o FMI antecipa um défice de 1,3% do PIB este ano, esperando que este se venha a reduzir gradualmente até 2022, ano em que ficará próximo do equilíbrio, nos -0,1%.

Portugal não deverá acompanhar esta melhoria ao longo do horizonte da projeção, uma vez que em 2022 deverá ter um défice orçamental correspondente a 1,5% do PIB, em linha com o previsto pelo Fundo para este ano.

No 'World Economic Outlook' publicado hoje, o FMI manteve as previsões de crescimento económico de Portugal, de 2,5% este ano e de 2% no próximo, e reiterou que é preciso avançar com reformas no mercado de trabalho e na Administração Pública.

A estimativa oficial mais recente do Governo aponta para um crescimento da economia portuguesa de 1,8% este ano e de 1,9% em 2018, mas o ministro das Finanças já admitiu, em entrevista à Reuters, um crescimento anual superior 2% em 2017. Já para o défice, a meta fixada pelo Governo é que atinja os 1,5% em 2017 e os 1% em 2018.