De acordo com a atualização do seu ‘World Economic Outlook’ (WEO) hoje divulgada, o crescimento da zona euro deverá acelerar de 1,2% em 2019 para 1,3% em 2020 (numa revisão em baixa de 0,1 pontos percentuais face ao relatório de outubro do ano passado) e para 1,4% em 2021, “tendo em conta as melhorias projetadas para a procura externa”.
Para França e Itália, o FMI mantém as projeções do relatório de outubro (1,2% em 2019 e 1,3% em 2020 no caso de França e 0,0% e 0,5% em 2019 e 2020 em Itália).
Já para a Alemanha e Espanha as previsões de crescimento para 2020 são revistas em baixa, no primeiro caso porque a atividade industrial ainda estava em contração no final de 2019 e no segundo devido a “sequelas de uma desaceleração mais intensa do que o previsto na procura interna e das exportações em 2019”.
No Reino Unido, o FMI espera que o crescimento estabilize nos 1,4% em 2020 e suba para os 1,5% em 2021, mantendo-se em linha com as projeções de outubro, pressupondo este prognóstico “uma saída com acordo da União Europeia a 31 de janeiro, seguida de uma transição gradual no sentido de uma nova relação económica”.
O FMI reviu também hoje em baixa as suas estimativas para a economia mundial, prevendo que tenha crescido 2,9% em 2019 (menos 0,1 pontos percentuais) e que progrida 3,3% em 2020 (menos 0,1 pontos percentuais) e 3,4% em 2021 (menos 0,2 pontos percentuais), sobretudo penalizadas pelo desempenho de economias emergentes como a Índia.
Fundo baixa projeção de crescimento mundial para 2019, 2020 e 2021
O FMI baixou também as projeções para a economia mundial, estimando crescimentos de 2,9% em 2019, de 3,3% em 2020 e de 3,4% em 2021, sobretudo penalizados pelo desempenho de economias emergentes como a Índia.
As novas estimativas constam da atualização ao WEO e representam uma revisão em baixa de 0,1 pontos percentuais para 2019 e 2020 e de 0,2 pontos percentuais para 2021 face às anteriores previsões de outubro do ano passado.
“A revisão em baixa reflete sobretudo os resultados inesperados negativos da atividade económica em algumas economias de mercados emergentes, em particular a Índia, que levaram a uma reavaliação das perspetivas de crescimento dos próximos dois anos. Em alguns casos, esta reavaliação também reflete o impacto de uma maior insatisfação social”, explica a instituição liderada por Kristalina Georgieva.
Pela positiva, o FMI refere que “o sentimento dos mercados foi estimulado por sinais de que a atividade industrial e o comércio internacional estarão perto da retoma; por uma reorientação geral no sentido de uma política monetária acomodatícia; por notícias intermitentemente favoráveis acerca das negociações comerciais entre os EUA e a China; e por menos receios quanto a um ‘Brexit’ sem acordo”.
Estes fatores, sustenta, levaram a “algum recuo no contexto de exposição ao risco que prevalecia aquando da publicação do último relatório WEO, em outubro”, mas o facto é que “os dados macroeconómicos mundiais ainda não apontam sinais visíveis de que se esteja próximo de um ponto de inflexão”.
Segundo o FMI, embora a projeção de crescimento de base seja mais débil, a evolução desde o quatro trimestre de 2019 “deixa antever um conjunto de riscos para a atividade mundial menos tendentes a uma evolução negativa” que no anterior relatório de outubro de 2019.
“Estes primeiros sinais de estabilização podem persistir e eventualmente reforçar a ligação entre o consumo privado, que continua resiliente, e um aumento do investimento das empresas”, considera, acrescentando que “um impulso adicional poderá vir de uma dissipação das resistências idiossincráticas em mercados-chave emergentes, a par do efeito da flexibilização da política monetária”.
Ainda assim, o FMI adverte que “os riscos de deterioração continuam a ser consideráveis” e incluem a agudização das tensões geopolíticas, particularmente entre os EUA e o Irão, o aumento da instabilidade social, uma nova deterioração das relações entre os EUA e os seus parceiros comerciais e um aprofundamento das fricções económicas entre outros países.
“A materialização destes riscos poderia provocar uma rápida deterioração do sentimento, levando a uma queda do crescimento global abaixo das projeções”, alerta a instituição.
No relatório agora divulgado, o FMI defende que para fortalecer a atividade económica e prevenir os riscos “é indispensável uma cooperação multilateral mais sólida e uma combinação mais equilibrada das políticas nacionais dos vários países, tendo em conta a margem monetária e fiscal disponível”.
Os principais objetivos apontados continuam a ser “desenvolver a resiliência financeira, fortalecer o potencial de crescimento e fomentar a inclusão”, sendo necessária uma mais estreita cooperação transfronteiriça em diversas áreas para responder aos problemas de regulação do sistema comercial, reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e fortalecer a arquitetura tributária internacional.
Já as políticas a nível nacional devem “suportar oportunamente a procura conforme for necessário, valendo-se de ferramentas fiscais e monetárias segundo a margem de manobra disponível para a aplicação de políticas”.
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