Segundo a nota de conjuntura divulgada hoje, o Fórum para a Competitividade estima que a economia cresça este ano acima dos 1,8% previstos pelo Governo, entre 1,9% e 2,1%, e "o primeiro trimestre deverá ser o mais forte do ano".

O Fórum considera ser "provável" que "os próximos trimestres registem uma desaceleração do crescimento em cadeia, já que grande parte do impacto dos fatores de suporte do final de 2016 e início de 2017 já passou".

Assim, "o segundo trimestre poderá ainda surpreender pela positiva, à boleia do crescimento da área do euro" e, caso acelere entre abril e junho, "ainda que ligeiramente, tal levará a uma expansão do PIB acima dos 2% em 2017", admite o Fórum.

Na nota de conjuntura, a entidade liderada por Pedro Ferraz da Costa faz ainda uma análise sobre o Programa de Estabilidade 2017-2021 que o Governo remeteu a Bruxelas em abril.

"É sem dúvida um plano ambicioso. Chegar a um superavit de 1,3% [em 2021], mesmo considerando que em 2021 haverá um 'one-off' de 0,2%, pela devolução das margens de um empréstimo europeu, partindo em 2016 de um défice sem 'one-offs' em torno dos 2,5%, implica um esforço orçamental de cerca de 3,5 pontos percentuais do PIB", considera.

O Fórum afirma ainda que "o esforço orçamental entre 2016 e 2021 reside praticamente no efeito do crescimento económico. Se a economia desacelerar, não haverá margem orçamental para atingir os objetivos propostos. E mesmo em algumas rúbricas, parece haver otimismo nas projeções, sobretudo nos juros".