“Chegados aqui, eu diria que seguramente vamos conseguir vender o Novo Banco [à Lone Star] e portanto essa convicção não é nenhuma manifestação de fé, é produto de conhecer o processo por dentro e saber que há tanto do vendedor como da parte do comprador uma grande vontade que isso aconteça”, disse Luís Máximo dos Santos aos deputados durante a sua audição, requerida pelo PSD sobre a situação do BES/Novo Banco, na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa.
Questionado pela deputada do CDS-PP Cecília Meireles sobre se era verdade que ainda não tinha havido nenhum contacto com os obrigacionistas para realizar a operação relativa à troca de obrigações – uma das condições da qual ficou dependente a venda do Novo Banco no contrato com a Lone Star – Luís Máximo dos Santos confirmou esta informação.
“É verdade [que ainda não houve contacto com os obrigacionistas] porque estamos ainda numa fase de estruturação da operação e só depois de ela estar estruturada é que vamos fazer o contacto com os obrigacionistas”, explicou.
No decorrer das perguntas, a deputada centrista quis ainda saber se o contrato prevê ou não uma data para a finalização do negócio, mas o presidente do Fundo de Resolução foi perentório: “não posso responder a essa pergunta, peço desculpa”.
Questionado pela presidente da comissão sobre a justificação para essa recusa, Máximo dos Santos explicou que se, “com os mais nobres propósitos de informação aos deputados”, for veiculada informação “que acabe por ter efeitos contraproducentes na marcha do processo”, todos ficam a perder.
A venda do Novo Banco ao fundo de investimento norte-americano Lone Star foi anunciada em 31 de março pelo governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, em conferência de imprensa, tendo sido explicada horas mais tarde pelo primeiro-ministro, António Costa, e pelo ministro das Finanças, Mário Centeno.
No mesmo dia foi assinado o contrato de promessa de compra e venda entre o Fundo de Resolução e a Lone Star, para a alienação de 75% do Novo Banco, mantendo o Fundo de Resolução 25%.
O grupo norte-americano vai realizar injeções de capital no montante total de mil milhões de euros, dos quais 750 milhões de euros logo no fecho da operação e 250 milhões de euros até 2020.
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