“A nossa avaliação é de que houve alguma convergência promissora nas áreas centrais de um Acordo de Comércio Livre (FTA, na sigla em inglês), por exemplo, sobre comércio de bens e serviços e questões relacionadas, como energia, transporte e cooperação nuclear civil”, referiu um porta-voz, após o final da segunda ronda de negociações.

Porém, lamentou que “os detalhes da oferta da UE sobre o comércio de mercadorias fiquem muito aquém do precedente recente nos FTA negociados com outros países soberanos”.

Em causa estarão questões técnicas, como controlos sanitários e fitossanitários, que o Reino Unido quer ver removidos por terem atualmente níveis equivalentes perante a resistência da UE.

Segundo o governo britânico, a manutenção destas barreiras “reduz consideravelmente o valor prático da aspiração de quotas zero e tarifas zero que ambos partilhamos”.

As duas equipas negociadoras completaram hoje a segunda ronda de negociações para um acordo de comércio entre o Reino Unido e a UE, na sequência da saída do país do bloco europeu a 31 de janeiro.

As negociações estiveram suspensas devido à pandemia de covid-19 e foram agora retomadas remotamente, por videoconferência.

Londres considera que, no geral, as discussões foram abrangentes e construtivas e centraram-se nos textos jurídicos que ambos os lados produziram e apresentaram nas últimas semanas, mas, segundo o porta-voz, houve “um progresso limitado no preenchimento das diferenças entre nós e a UE”.

O governo britânico continua a não aceitar as condições de concorrência equitativas, designadas por ‘level playing-field’, exigidas por Bruxelas por considerar que “não estão noutros acordos comerciais da UE e que não levam em consideração o fato de termos deixado a UE como um estado independente”.

Outro ponto de discórdia são as pescas, que o Reino Unido não quer negociar com base num sistema de quotas de acesso aos países europeus.

“Precisamos de seguir em frente de forma construtiva. O Reino Unido continua empenhado num acordo para um Acordo de Comércio Livre. Esperamos negociar construtivamente na próxima ronda, a partir de 11 de maio, e encontrar uma solução geral equilibrada que reflita as realidades políticas de ambos os lados”, conclui o porta-voz.

Uma terceira ronda de negociações está prevista para a semana que começa a 01 de junho, após a qual as duas partes têm de decidir se querem um prolongamento do período de transição, que termina a 31 de dezembro.

O Governo britânico já reiterou várias vezes que não pretende pedir nem aceitar um pedido de prolongamento.

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