Com algumas exceções, “ainda se ensina a mesma economia e a mesma gestão dos anos 50, mas o mundo de hoje não tem nada a ver”, afirmou a economista Sofia Santos à agência Lusa à margem da conferência de abertura do Greenfest, que decorre até domingo no Centro de Congressos do Estoril.

Sofia Santos, que é secretária-geral do ramo português do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, afirmou que a resistência à mudança vem do hábito de “os professores ensinarem que o mais importante é maximizar os lucros, pelos mesmos livros de há 50 anos, o que é mais confortável”.

“Isso penaliza o desenvolvimento e o crescimento do país, as mentalidades estão agarradas a um conforto que vai penalizar as gerações futuras”, salientou, defendendo que “as escolas deviam atualizar-se, porque bibliografia não falta”.

Segundo Sofia Santos, as Nações Unidas e a Comissão Europeia convocam as empresas para se conseguir um futuro sustentável, mas isso esbarra com a desatualização dos currículos, nomeadamente em Portugal, nos quais a ética empresarial só está presente como disciplina optativa.

Da reciclagem dos óleos alimentares ao tratamento do lixo, passando pela reorganização das florestas, a sessão de abertura juntou vários setores da defesa do ambiente e do setor empresarial “verde”.

Ao longo de quatro dias, passarão pelo Greenfest cerca de 2.200 crianças em visitas escolares, um sinal de “adesão e apetência” dos educadores pelos assuntos que têm a ver com o ambiente e o consumo sustentável, disse à Lusa o mentor do Greenfest, Pedro Norton de Matos.

O Greenfest assume-se também como um encontro de empresas que fazem o seu negócio nos setores da reciclagem, da venda de produtos orgânicos e de outras atividades que se concentram em algum dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, que vão do combate à fome e pobreza à preservação dos oceanos e dos seus recursos.