A proposta "15 Medidas Públicas para Coimbra 2030”, a que a agência Lusa teve hoje acesso, surgiu no âmbito do processo de consulta pública da Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030, da autoria do consultor António Costa Silva, e sustenta que as empresas da região de Coimbra "têm condições únicas para participar do esforço nacional de relançamento económico”.
O manifesto económico do chamado Grupo de Coimbra inclui "15 ideias-força", a primeira das quais advoga a criação da área metropolitana de Coimbra "como elemento de reequilíbrio e coesão regional do país, diminuindo a macrocefalia não competitiva de Lisboa".
Outra medida passa pela criação de um "Fundo de Capital de Risco Regional para a Área Metropolitana de Coimbra, incidindo, genericamente, na transferência de tecnologias da universidade para o mercado, "em especial nas ciências da saúde, tecnologias da informação, economia circular e espaço".
Este novo fundo, defendem os subscritores, será gerido "por uma equipa internacional, que permita a capitalização das PME [pequenas e médias empresas] e desenvolvimento de competências de gestão e internacionalização nos respetivos negócios".
Advogam por outro lado, a implementação de um eixo ferroviário de alta velocidade Lisboa-Coimbra-Porto, com construção da nova estação intermodal de Coimbra e a "concretização de acesso ferroviário em 50 minutos ao aeroporto Francisco Sá Carneiro (Porto), desde Coimbra, através de alta-velocidade", o que também implica a "necessária" construção da ligação, no Porto, entre a estação ferroviária de Campanhã e o referido aeroporto.
O manifesto coordenado por Nuno Freitas - antigo vereador da autarquia de Coimbra e deputado e que, em julho, foi indicado pela concelhia do PSD como candidato à Câmara Municipal nas eleições de 2021 - aposta ainda "na ferrovia de passageiros e mercadorias com reforço das ligações regionais" entre Coimbra, Cantanhede, Figueira da Foz e Alfarelos (...), "otimizando a função económica do porto da Figueira da Foz".
No entanto, não especifica como se concretiza esta ambição, em especial no ramal da Pampilhosa - a antiga ligação ferroviária de Coimbra à Figueira da Foz pelos municípios da Mealhada, Cantanhede e Montemor-o-Velho - desativado há mais de uma década e que já não possui carris e outras infraestruturas.
O investimento no Serviço Nacional de Saúde em Coimbra, "com a construção da nova maternidade, reforço da inovação médica e capacidade assistencial das estruturas hospitalares existentes em contratos-programa plurianuais com autonomia de gestão" é outra das ideias do manifesto coordenado pelo médico especialista em anestesiologia.
A aposta na "reindustrialização de Coimbra" com disponibilização de terrenos e edificado público "para programas de regeneração urbana e empresarial", fundos comunitários específicos dedicados à chamada indústria 4.0 ou a criação de "incentivos remuneratórios inovadores", destinados a empresas "que contratem estudantes-trabalhadores a concluir mestrados e doutoramentos, ou docentes do ensino superior, mediante protocolos de colaboração especializada com universidades e politécnicos", são outras das medidas avançadas.
Estas incluem ainda a "definição de apoios específicos públicos para a instalação de novas unidades industriais e desburocratização obrigatória municipal e regional para projetos de investimento industrial, turístico e empresarial", bem como a "revalorização do setor primário da economia local com novos apoios à produção nacional" e otimização das cadeias de distribuição nacionais e internacionais "em especial do Baixo Mondego, da floresta e do mar da região de Coimbra".
Entre outras medidas, o documento - que não avança os custos das propostas - consagra também a aposta "em projetos-âncora de investimento público local, com obrigatoriedade de publicação dos impactos económicos, sociais e ambientais", dando o exemplo, em Coimbra, da construção novo Palácio da Justiça, a deslocalização da Penitenciária, reabilitação da Baixa da cidade e Sistema de Mobilidade do Mondego.
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