O resultado negativo das contas do ano passado representa mesmo o maior prejuízo da história da SATA, que até agora tinha em 2014 o seu pior recorde de sempre, altura em que fechou as contas com um prejuízo de 35 milhões de euros.
De acordo com o relatório de contas, os prejuízos da companhia aérea açoriana aumentaram substancialmente, face ao ano anterior, apesar de a SATA ter registado, no mesmo período, um aumento das vendas de 14,2 milhões de euros.
Os custos com pessoal aumentaram de 60,3 para 62,1 milhões e os gastos com fretamentos de aeronaves a outras companhias aéreas quase duplicaram, passando de cinco para 9,8 milhões de euros.
Os capitais próprios do Grupo SATA continuam também a cair, sendo agora de 133 milhões de euros negativos, enquanto o passivo da transportadora aumentou de 254 para 286 milhões de euros e as dívidas a fornecedores passaram de 45 para 55 milhões de euros.
Também as dívidas à banca aumentaram de 160,7 para 167,1 milhões de euros em apenas um ano.
Na mensagem que acompanha o relatório de contas, o ex-presidente do Grupo SATA Paulo Menezes, que foi substituído no cargo no passado sábado, admite que os resultados de 2017 foram "prejudicados" por "diversos constrangimentos operacionais", mas, mesmo assim, disse estar convicto de que "o futuro será auspicioso".
O Governo Regional dos Açores, que tutela a companhia aérea, decidiu afastar Paulo Menezes da gestão do Grupo SATA durante o fim de semana, nomeando para o cargo António Luís Gusmão Teixeira, gestor de empresas.
Quem também colocou "reservas" às contas de 2017 da SATA foram os auditores da PricewaterhouseCoopers (PWC), que, apesar de aprovarem as contas, consideram que o prejuízo de 41 milhões verificado no final do ano poderá estar sobreavaliado em 15,1 milhões de euros.
As contas agora conhecidas foram aprovadas em Assembleia Geral da SATA, SGPS a 21 de junho e foram depositadas no registo comercial a 09 de julho.
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