O Presidente da República falava na cerimónia de encerramento do 33.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, promovido pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), em Fátima.
"É bom não menosprezar o turismo. [...] Na hora da verdade, é o último a encerrar portas e o primeiro a abrir portas logo que pode", afirmou o Presidente da República, referindo "o mérito" dos empresários do setor na reação ao desconfinamento da pandemia de covid-19, competências que levaram a uma tão rápida recuperação turística, mencionou.
"É um mérito vosso. Como é que conseguiram colocar um setor a funcionar como se estivessem preparados para aquele tipo de arranque [procura a subir mais do que o esperado]?", questionou.
Ao longo do ano, vários indicadores, como as receitas turísticas, têm demonstrado que a recuperação do setor se deu a um nível superior ao estimado.
Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que "o turismo é uma aventura", com a população a oscilar entre os céticos, que vão dizendo que "há turismo a mais", que sempre que o país regista mais turistas "aumentam preços, criam-se problemas aos residentes (...)" e que por isso vão considerando que se tem "que começar a pensar em colocar limites ao turismo", passando pelos intelectualmente mais elaborados – "o turismo é importante, mas não exageremos, uma economia que vive só do turismo é manca" –, até aos que consideram que é essencial, que o turismo é mesmo "a alavanca" de todo crescimento económico.
O Presidente da República diz que tem que "haver um equilíbrio", nomeadamente na 'bolha política ou mediática", semelhante ao que caracteriza o povo português.
"Há uma marca fortíssima chamada Portugal", que é conhecida em todos os continentes, sublinhou.
"Está firmada. Podemos fazer muito mais. Mas está garantida. Portugal é turismo, entre muitas outras coisas, mas destino atrativo a escolher é Portugal", sublinhou o Presidente da República.
Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que o desconfinamento pós pandemia foi essencial para consolidar esta marca, pois o país foi visto "no mundo como tendo gerido bem a pandemia", mesmo "quando houve momentos em que pareceu que não estava a ser tão bem quanto isso".
O balanço final, sublinhou, "correu muito bem" e beneficiou a credibilidade do turismo e depois o investimento externo.
Acresce o modo como o país tratou a pandemia, que também aqui "consolidou a ideia de que em Portugal há estruturas de saúde que funcionam bem".
"A segurança na saúde é fundamental, uma garantia crucial para o turismo", acrescentou.
Recentemente, Portugal 'beneficiou' "com a guerra da Ucrânia como beneficiou da Segunda Guerra Mundial", disse.
"Num período de incerteza qual é o local onde poderemos encontrar segurança? Que é perto, mas suficientemente longe?", exemplificou.
Estas realidades permitiram "a rapidez na retoma do turismo", cujo "arranque era fundamental" e que teve uma célere e competente resposta por parte dos empresários, elogiou.
"Só se recupera facilmente se houver capacidade de recuperação. E nisso nós portugueses somos muito bons e no turismo excecionais. É um mérito vosso", reiterou.
"Entre o meu realismo e otimismo...estou mais otimista, apesar do contexto", concluiu o Chefe de Estado.
O 33.º Congresso da Hotelaria, que contou com mais de 550 congressistas, decorreu, em Fátima, de 16 a 18 de novembro.
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