Em causa está um estudo sobre o impacto económico da Huawei na Europa no ano passado, realizado pela consultora britânica Oxford Economics e hoje divulgado, que demonstra que a companhia chinesa gerou um impacto de 12,8 mil milhões de euros no PIB dos países europeus em 2018, verba que tem em conta a produção da empresa e a cadeia de valor gerada (pelos seus fornecedores e trabalhadores).

No caso de Portugal, a Huawei pesou 50 milhões de euros no PIB nacional no ano passado, segundo dados disponibilizados pela Oxford Economics sobre Portugal à agência Lusa.

De acordo com os mesmos dados, a Huawei pagou 90 milhões de euros em impostos diretos e indiretos e fixou 900 postos de trabalho no país, também de forma direta e indireta.

O documento foi apresentado no Dia da Inovação da Huawei, em Paris, pelo diretor da Oxford Economics para os estudos sobre Europa e Médio Oriente, Pete Collings, que explicou na ocasião que este impacto da Huawei foi calculado com base no número de empregos e de impostos pagos (direto), nos fornecedores contratados e nos seus negócios (indireto) e ainda na atividade económica dos funcionários (induzido).

Em toda a Europa, o impacto da Huawei distribui-se em 2,5 mil milhões de euros diretos, 5,4 mil milhões de euros indiretos e 4,9 mil milhões induzidos.

Estes números representam uma subida face ao ano anterior, de 2017, no qual o impacto total foi de 10,6 mil milhões de euros, dos quais 2,2 mil milhões diretos, 4,3 mil milhões de euros indiretos e 4,1 mil milhões induzidos.

Segundo o relatório, Portugal não é dos países europeus mais significativos para a companhia chinesa em termos de impacto económico, sendo antes a Hungria (onde a tecnológica pesou 0,39% no PIB no ano passado), Suíça (0,16%), Reino Unido (0,14%), Roménia (0,13%), Finlândia (0,12%), Holanda, Suécia e Lituânia (0,10% nos três), a Alemanha e a Bulgária (0,09% em ambas).

O estudo assinala que, em 2018, a companhia pagou 5,6 mil milhões de euros em impostos na Europa, num crescimento anual médio de 17% desde 2014.

No que toca a postos de trabalho, a companhia atingiu um total de 13.300 empregos diretos na Europa no ano passado, aos quais acrescem 80.300 indiretos e 76.100 induzidos.

O estudo foi divulgado numa altura em que a Huawei está no centro da polémica relativa a alegada espionagem nas redes móveis de quinta geração (5G), no seguimento de suspeitas lançadas pelos Estados Unidos sobre a instalação de ‘back doors’ (portas traseiras de acesso) nos equipamentos desta tecnologia, o que a empresa tem vindo a rejeitar.

A Europa é o maior mercado da Huawei fora da China. De um total de 50 licenças que a empresa detém para o 5G, 28 são para operadoras europeias.

Os Estados Unidos e a Huawei estão, assim, envolvidos numa guerra global por causa da cibersegurança e das infraestruturas a nível mundial, que já levou à criação de limites (ainda não em vigor), por parte da administração norte-americana, nas compras feitas à companhia chinesa.

Washington tem tentado também exercer a sua influência junto dos aliados, nomeadamente europeus, para que excluam a Huawei dos seus mercados.

(A jornalista viajou a convite da Huawei)

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