“Vemos oportunidades de crescimento para as empresas portuguesas nos mercados emergentes, tirando partido das ligações históricas e geográficas de Portugal”, disse o responsável em entrevista à agência Lusa em Lisboa, referindo África e o Brasil como exemplos.

Em África, o responsável diz que os investidores devem procurar oportunidades de negócio não somente nos países de língua oficial portuguesa (PALOP), mas também na costa Oeste e no Norte de África.

A Europa Ocidental, a América Latina e a Ásia são destinos a que os empresários devem estar igualmente atentos, na opinião do vice-presidente do IFC, embora nestes já não exista uma ligação histórica, mas se tratem de economias em crescimento e com “fortes necessidades de infraestruturas”.

Para Tsitsiragos, Portugal é “um país pequeno, com um setor privado forte e saudável, com espaço para crescer”.

Nas economias emergentes, como é o caso de África ou Ásia, embora o crescimento esteja a abrandar, existe uma população jovem e crescente “com muitas necessidades, algumas novas, fruto da globalização, outras que se foram alterando, ao nível de infraestruturas (habitação, saúde, educação), comércio, setor bancário, entre outros”.

O IFC acredita que pode ajudar as empresas portuguesas a terem sucesso neste mercado, enquanto instituição de crédito, mas também como mediadores com experiência nas economias emergentes.

“Podemos trabalhar com as empresas no acesso aos mercados com potenciais parceiros, podemos ajudar a mitigar riscos locais, temos experiência. Há muito espaço para as empresas se expandirem “, disse Dimitris Tsitsiragos à Lusa.

Neste momento, o IFC inclui no seu portfólio de clientes as empresas portuguesas Portucel e Caixa Geral de Depósitos (através do Banco Comercial de Investimentos, em Moçambique), Secil e Grupo Pestana.

No conjunto, os negócios do IFC com empresas portuguesas representam atualmente 193,7 milhões de dólares (174,2 milhões de euros, ao câmbio atual) mais de 50% no setor bancário, seguido dos investimentos em infraestruturas e agricultura.

Perto de 60% destes investimentos estão concentrados em África.

Para Dimitris Tsitsiragos, a economia mundial precisa de mais investimento e de mais crescimento.

“As taxas de crescimento devem ser mais altas para criar emprego”, defendeu o responsável, referindo que os governos mundiais devem ver como podem melhorar a qualidade de vida das suas populações e realizar “reformas estruturais”, que façam os países crescer.

O IFC é membro do World Bank Group e dedica-se aos negócios do setor privado em países emergentes, tendo conseguido em 2016 desenvolver investimentos de longo prazo que rondaram os 19 mil milhões de dólares (cerca de 17,1 mil milhões de euros).