“O lado ucraniano fez uma proposta para limitar muito durante algum tempo e, inclusivamente, até parar a chegada de cereais à Polónia”, confirmou na sexta-feira o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural polaco na sua conta oficial no Twitter.

Henryk Kowalczyk demitiu-se do cargo de ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural da Polónia na quarta-feira, em resposta a uma série de protestos de agricultores sobre a importação de cereais da Ucrânia isentos, por decisão da Comissão Europeia, de direitos aduaneiros.

O já ex-ministro da Agricultura informou que o governo polaco tinha pedido no final de março à União Europeia a reintrodução das tarifas, pedido, no entanto, até hoje ignorado por Bruxelas.

Ainda na quarta-feira, o primeiro-ministro da Polónia, Mateusz Morawiecki, e o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, falaram sobre o assunto numa reunião em Varsóvia, reconhecendo a necessidade de ser alcançado um acordo para resolver a situação, considerada por Kowalczyk como uma crise nacional.

A exportação de cereais de portos ucranianos tem sido um dos principais, e praticamente o único, acordo alcançado entre a Rússia e Ucrânia que, com a mediação das Nações Unidas, conseguiram em 2022 aprovar um plano de envio de cereais a partir do Mar Negro.